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O que s�o as trevas,
se n�o a aus�ncia do teu olhar?
Como � fria a saudade daqueles que se foram
N�o por escolha ou por mazela
Nem por tristeza ou pelo medo
Teu erro foi amar o que n�o pode ser amado
E bem querer o maldito e o profano
Quantas noites desejei te afastar
Fugir e n�o te querer?
Mas parecia que tua serenidade escondia uma for�a
Capaz de domar o pr�prio dem�nio
Como � fr�gil a ternura
Essa falsa pot�ncia do amor
Que cega at� aquele que enxerga na densa noite
Podia te proteger de tudo e todos
Mas esqueci o pior dos inimigos
E quando a raiva me consumiu
E o ci�mes me mordiscou
N�o havia escudo ou gra�a
Nem amor ou interven��o
Que pudessem te poupar desta sede
Ah eternidade! De que adianta dispor de todo o tempo
Se o que quero esta na inalcan��vel morada do passado
Onde nada pode ser mudado?
A dor que me consome � descendente da raiva que me fez consumir-te
E no agora, apenas trevas,
Habita��o eterna da aus�ncia do teu olhar.



 


 











 




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