A ESS�NCIA DO AMOR.

Um dia, julguei haver encontrado o Amor.E passei a ver o mundo pela sua luz.
E tentei guard�-lo em minhas m�os, escond�-lo entre as dobras das minhas roupas.
E silenciei a minha voz, para ouvir as suas palavras. E isolei-me de tudo, para
gozar da sua companhia.

Mas eis que o Amor me abandonou; escapou-me por entre os dedos, como o vento que
percorre os campos sem fim, e aos meus ouvidos atentos negou a sua voz.
Ao afastar-se de mim, legou-me a solid�o.
E n�o poderia ter sido mais generoso comigo; pois, assim fazendo, ensinou-me a
sua ess�ncia.
Porque o Amor n�o � algo que se possa reter; e as suas palavras n�o necessitam do
sil�ncio, para se fazerem ouvir.
Pois n�o somos n�s que existimos no Amor, mas o Amor que existe em n�s.

As suas palavras n�o existem sen�o em nossas bocas, e n�o brotam sen�o de nossas almas.
E a sua luz se reflete apenas em nossos olhos.
Assim como n�o somos, sem o Amor, tamb�m ele necessita de n�s para chegar a ser.
Pois, se o Amor � o viajante, n�s somos a estrada.
Se ele � a can��o, n�s somos as notas musicais.
E, se o encontramos no encanto das estrelas, � porque existe em n�s o insond�vel do c�u.
Por tudo isso, n�o podemos reter o Amor.
Apenas conserv�-lo vivo, em nossos cora��es.

(Trecho extra�do do livro "A Sabedoria de Hassan".)


















</p