Um dia eu conheci uma garota. Ela era triste. Fraca. Sozinha. Mas seus olhos eram lindos. Tinham um brilho diferente de qualquer outro� Um dia essa garota se mostrou machucada. Segurava seu cora��o estra�alhado em m�os, como se a dor j� n�o coubesse mais no peito. Ela mirou seus olhos em mim e sussurrou algumas palavras. Palavras de choro misturadas com um pouco de esperan�a. De saudade. De nostalgia. Morfina. Acho que estava mais pra um emaranhado de letras; todas juntas, bagun�adas e perdidas. �T� vendo isso aqui? N�o me serve mais.� Apontou para o cora��o. Uma l�grima solit�ria fugiu de seus olhos. T�o sozinha quanto ela. Sorriu de lado e abaixou a cabe�a; quando voltou a me fitar, o olhar j� n�o brilhava mais. Aquela beleza havia ido embora, que nem mar�. Vem em noites de lua cheia e depois j� nem liga mais. Some de uma hora pra outra. E assim aconteceu. �Eu quero a minha lua cheia� Eu quero motivos, raz�es�. Ela queria algo que j� n�o tinha mais. Queria amor. Queria tardes ensolaradas e noites de sexta-feira chuvosas. Queria s� estampar um sorriso no rosto. Verdadeiro dessa vez. [�] Nesse dia, essa mesma garota mudou. Colheu os restos do que chamava de cora��o e congelou de vez. Fria. Ego�sta. Imprudente. Ela j� n�o era mais a mesma. E se quer saber, �s vezes eu sinto saudade de seus olhos brilhantes. �s vezes eu bem queria voltar atr�s s� pra ser capaz de v�-los novamente. Saudade do que ela era. Do que eu era. Saudade dos meus olhos� Do meu cora��o !