Que me penetre, n�o s� a carne,
Mas principalmente o cora��o,
Com for�a, vigor e paix�o.
Quero que me devore e me beba,
N�o s� o gozo do sexo,
Mas o prazer de estar junto,
De ser c�mplice e complexo.
Que me prenda e me enrosque,
N�o s� os bra�os e pernas,
Mas a alma, com abra�os e toques,
Que ultrapassem barreiras externas.
Quero que me jogue na cama
E me use, n�o como objeto,
Mas como a outra metade,
Indispens�vel para ser completo.
Que me fa�a arrepiar e arder,
N�o s� de desejo e loucura,
Mas da febre de possuir e poder
Compartilhar sua candura.
Que me tateie e percorra,
Que aprenda meus caminhos,
Me oferte sua intimidade,
Me sufoque de carinhos.
Que desvende meus segredos,
N�o todos, sen�o perde o mist�rio
E a indefini��o que d� medo,
Que atrai e tira do s�rio.
N�o quero ser sua vadia, sua meretriz,
Mesmo de forma carinhosa, de paix�o.
Porque ele n�o admite que sua voz
Profane a pureza de minha devassid�o.
N�o quero ser seu espelho e nem seu reflexo,
Porque ele n�o precisa ser orientado,
nem de adula��o.
Est� comigo por afinidade e pele,
Por saudade e por satisfa��o.
Quer compartilhar meus momentos
Ao meu lado, sem mudar meu rumo jamais.
Quer ser amigo, meu porto seguro,
Mesmo que nunca venha a ser o cais.
Quero um homem que se mostre mortal
E felino, livre e escravo de meus olhos,
Atento e sincero, idoso e menino,
Rude e gentil ao dilatar os poros.
Quero um amante que me seduza,
F�ria e abrigo, calor e aconchego,
Dentes e l�bios, p�los e dedos,
A rolar na grama, a morder os seios.
Quero olhos e p�lpebras piscando,
Gozo suado e m�os dadas,
Sexo e nexo, amada amando,
Liberdade e vidas atadas.
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