Corpo doente, alma triste
Meus bra�os pesam, seres estranhos, enfadonhos.
N�o obedecem ao meu comando, in�teis, pendentes.
Minhas pernas recusam-se a me sustentar,
antes, s�o arrastadas, pedras em grossas correntes
ou escravos no a�oite for�ados a carregar.
Meu peito faz do ato de respirar uma tarefa penosa,
aos solavancos, tosse, na tentativa do mal se livrar.
das p�lpebras que agradecem, querendo descansar.
Minha voz abandonou-me, a ingrata,
fugiu deste corpo louco.
E, quando evoco pela l�mpida e harmoniosa melodia
Deparo-me com um som cavernoso, rouco
que tenta, desesperadamente, dizer o que eu queria.
Minhas costas tanto doem que me d� a sensa��o
de carregar os pecados e omiss�es da humanidade,
ou ser�o a minha ang�stia, incerteza e frustra��o?
Afinal � o corpo ou a alma que adoeceu na verdade?
L�dia Sirena Vandresen