� tudo voc�. Voc� � minha cama quando chego do trabalho cansado e meu cobertor quando estou com frio. � o meu banho quente pra esfriar a cabe�a, � a risada de piada sem gra�a, � as flores que rego ao amanhecer, � o sol que emba�a minha vista. Voc� � o vento de maio, � o ver�o no inverno, a flor que brota no asfalto. � a pintura de Da Vinci, o poema de Drummond, � o sorriso de Caetano e a voz da paix�o. � o nada no meu tudo que faz falta quando tenho meio, e o meio na minha falta no tudo de um pouco nada. � meu choro, � meu riso, � o motivo da acelera��o no meu peito. � o barulho dos gatos no telhado, e o canto do p�ssaro preso na gaiola. Voc� � o verso mal escrito, a rima de dor com amor. � o poema sem fim de um poeta sem inspira��o. Voc� sou eu quando n�o estou em mim, e voc� nos meus olhos quando te vejo sorrindo ao vento. Voc� � o c�u com dentes de nuvens, e o brotinho que nasce no algod�o do menino. Voc� � os velhinhos sentados na pra�a, e as rugas de experi�ncias no rosto, e tamb�m a jogada certeira do xeque mate no jogo. Voc� � a chuva que deixa de cair no sert�o pra cair na cidade, � a pobreza nos olhos famintos de um menino de rua, � a paisagem de concreto que tampa a vis�o das montanhas e � a mulher que acorda �s 5h pra conquistar o seu lugar. Voc� � Atenas, a constela��o mais brilhante. O brilho de uma estrela cadente, e uma nebuloso a mil anos luz da terra. � o ser feito de barro, moldado torto e feio. � o amor escondido nas pedras de um cora��o de pedreiro. Voc� � o poder, o medo, o ego�smo. Voc� � tudo, e o tudo � voc�. N�o h� defini��o, nem explica��o. Voc� � o Amor.