Hipot�tico � achar que recome�amos tudo ao acordarmos todas as manh�s ou quando reiniciamos mais uma etapa em nossas vidas ao comemorar, uma vez por ano, o nosso fat�dico nascimento. Dever�amos acreditar na for�a dos atos, dos grandes feitos, dever�amos almejar a descoberta da cura do c�ncer ou planejar minuciosamente a extin��o secular de tantas anomalias da sociedade, tais como o preconceito � liberdade sexual bem como o pensamento retr�grado e previs�vel dos l�deres pol�ticos perante a indiscut�vel necessidade de mudan�as. Dever�amos ser severos quando se trata da banaliza��o da mis�ria mundial. Dever�amos nos conscientizar, afinal, somos parte de uma cadeia molecular que d� vida � esfera que pulsa chamada evolu��o. Mas n�o, nossos olhos s�o tortos, s� enxergam a pr�pria exist�ncia. Somos �tomos soltos, part�culas invis�veis e desprez�veis do universo-m�e. Estamos a merc� do ladr�o, da prostituta, do mentiroso, do vil�o. Somos seres flutuantes em um vazio decadente. Somos il�gicos e incoerentes, somos o nosso pr�prio caos, esbanjadores de arrog�ncias, covardes e suicidas. E apesar de tudo resistentes e indom�veis. Maldita garrafa sobre a mesa. E o aroma permanece, escroto e abomin�vel cheiro de pervers�o, digamos de passagem, eu adoro esse cheiro, que a Luna venha tardar a madrugada, quero pegar naquelas coxas boazudas. E o mundo? E o destino? E a salva��o? Est� tarde, meu caro, venhamos e convenhamos, nada como o pr�prio caos, para deitar ins�nias indecentes e acabar com o champagne.
Caos c�vico regado a champagne, Arque�logo.