Minhas mãos não são de ferro, mas elas também enferrujam. Por falta de uso, por excesso de pensamento, elas enferrujam. Por escassez de vontade, por overdose de ansiedade, elas enferrujam. Por ausência de prática, por fartura de fratura… Elas também enferrujam. Em dias bem iluminados, é possÃvel ver pequenos grãos semearem a terra alva da página ainda inexplorada. São pigmentos que escapam da superfÃcie dos dedos e alvejam, sem dó, o vazio visÃvel de um futuro poema. Como se o poeta precisasse se decompor aos poucos para compor seus versos infinitos.
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