A pessoa mais importante da minha vida é a que conhece minhas fraquezas, mas vive elogiando minha força.

Era setembro quando há conheci. Ela era em essência exatamente como é hoje. Conheci ela de tênis, mas depois só há vi de chinelo nos pés. Em poucas horas foram incontáveis as vezes que chorei de rir. A piada dela fazia sentido e, se não fizesse, valia a pena rir só para vê-la sorrir. Decorei os sorrisos dela em poucos dias. Vivemos anos em semanas, séculos em um mês. Não contamos dias, não marcamos datas e até tentamos fugir um do outro – mas não deu. A gente se queria assim.
Ela gostava de conversar assim como eu, mas a gente sabia a hora de ouvir o outro, não era preciso pedir. Organizei a vida dela como se fosse minha, fez sentido pra ela. Ela me deu um livro que faltava na minha coleção, o de romance interminável.
Ela gosta do verão, sol e dias de céu azul, mas me ensinou a curtir um dia sem fazer nada. Ela conquistou tudo. Ela é uma anfitriã de primeira, sem esforços. Ainda bem que isso foi contagioso, eu era péssimo. Uma grande parceira para dormir, chorar, fazer recortes na madrugada ou cantar músicas bregas. A gente vive sem medo de passar perrengue com o outro.
Ela sempre acreditou em mim, me deu seu silêncio, suas palavras, seu ombro, olhos nos olhos, seu tempo e aperto de mão firme seguido de um abraço. Ela sorri quando eu sorrio sem saber o porquê. Ela sonha meus sonhos. Chora minhas lágrimas, toma minhas dores e me deixa lutar minhas batalhas.
Ela é minha amiga. Uma parte profunda de mim que eu não conhecia. Tenho ela no coração e na pele. No cheiro, nas roupas que dividimos e na mistura de sotaques que é só nossa. No nosso mundo há espaço para o dela e o meu. É um mundo imperfeito que funciona pra nós e para as nossas esquisitices. Desejo a ela toda felicidade do mundo e sei que é apenas isso que quer a mim também. Tenho tanto para aprender com ela. Às vezes penso que talvez este tempo seja pouco. Ela me diria que é o suficiente. Acredito. Chamo isso de amor, namoro, casamento, amizade. E é tudo isso mesmo.
Sigo vivendo ao lado dela...
Eu, que nunca acreditei em sorte, vivo ao lado dela me sentindo sortudo: Ela é a Guria mais da hora que conheci.