É tão enriquecedor observar a força feminina. Deixa ela penetrar em você. Reconhecer que você é essa força.
Emociona e inspira ver mulheres se despirem com tanta confiança e entrega. Ver alguém se permitindo sentir e compartilhar das suas dores e alegrias na sua frente te encoraja a fazer o mesmo. E isso é libertador.
A minha compreensão sobre a espiritualidade se renova cada vez que permito Deus agir na minha vida, sem questionar muito, sabe?
A nossa mente vive criando mil armadilhas e nos enfiando em labirintos que apenas o coração é quem sabe o caminho de volta pra casa.
E entendo que a nossa casa é onde a gente está, é a nossa presença. Um lugar fora do tempo e dentro de você, onde o passado e o futuro não existem e a possibilidade de cura, ressignificação e mudança finalmente se torna real. Mudança de padrões repetitivos, crenças que te limitam, emoções que te aprisionam. Um milagre se faz. Mais um despertar se inicia. O reconhecimento de que a experiência de ser humano é sagrada também. A vontade é de honrar, respeitar e agradecer tudo e todos aqueles que tornam essa experiência possível.
Esses dias li em um livro chamado “Um retorno ao amor” que a experiência de espiritualização tanto em homens, mulheres, cis, trans, pessoas não binárias, é também o processo de feminilização em que nossa mente se aquieta e assume uma posição de receptividade ao invés de proatividade. O patriarcado nos cobra uma produtividade incessante onde o “ter” parece importar mais que o “ser”.
Porém quando nos conectamos a essa força feminina, nós deixamos que o espírito entre e participe da nossa vida nos direcionando e apontando o caminho. Para o cristianismo, por exemplo, Maria é essa representante do feminino dentro de nós, é a parte onde permitimos que Deus entre. Durante muito tempo isso foi considerado fraqueza, porém essa é a maior força feminina: se render ao Amor, ser Amor. O Cristo na Terra foi gerado por Deus, o Pai, e a nossa natureza humana, a Mãe. Dessa ligação mística entre humano e o divino é onde nasce o nosso Eu Superior... Esse é o chamado que sinto nesse momento. A reconexão com a Terra, com a nossa humanidade e feminilidade, com a força que a gente sabe que existe dentro da gente, de cada um..., mas parece distante acessá-la..., os saberes femininos precisam ser resgatados e compartilhados.
O meu desejo é que a gente aprenda a se ouvir com sinceridade e a confiar na nossa intuição.
Escrevo isso com os olhos cheios d’água, pois me sinto sendo íntegra comigo em cada passo. Esse caminho é profundo e exige dedicação da gente, e sei que estou amparada para poder continuar levando a alegria, esperança e aconchego para os corações de quem cruza o meu caminho. Me permitindo cada vez mais ser usada a serviço da luz. Esse é o meu papel. E o seu também.