Conheceremos centenas de pessoas, talvez milhares em uma vida longa. Mas são poucas que vão nos levar aos céus e aos infernos e quase sempre nessa ordem. São poucas que vão fazer você olhar no espelho e rir de si mesmo — É fodeu! Você percebe quando bate, porque a batida é diferente, o beijo é diferente, o cheiro é diferente, o sexo, a voz, a saudade... É uma pena pensar que muitos passarão por essa vida sem a experiência de uma paixão verdadeira. Aquela que faz você acreditar que tudo vale a pena no meio dessa merda toda. Um dos sentimentos mais intensos que podemos gerar é escasso, extremamente escasso. Alguns dizem que é porque nosso coração jamais resistiria a uma dúzia de paixões que chegaram ao fim, ficaríamos loucos no final da quinta? Mas a paixão é só uma coincidência absurda entre duas pessoas vibrando na mesma frequência que topam de frente, um eclipse, dois meteoros que se chocam e viram um só. É praticamente impossível sair ileso de uma, sempre fica um pedaço da gente por aí. Que bom que nem todas chegam ao fim, somos o resultado de muitas que persistiram, vemos a prova todos os dias, passeando de mãos dadas em praças e calçadas estreitas, em beijos de despedida, em olhares vagos e carrinhos de supermercado. As que que não acabam mudam de nome, chamam de amor.

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