Um dia no trabalho, em uma conversa aleatória sobre relacionamentos, uma pessoa disse: Não são as suas perfeições que fazem alguém ficar, e sim as tuas imperfeições, porque são elas que te fazem diferente de todo o resto! Eu passei semanas pensando sobre isso. E de me dei conta de que eu sou do tipo de pessoa que grita: Olha, a lua, as estrelas! Mas que eu também fico muito brava comigo mesma, quando alguma coisa não sai do jeito que eu planejei, sendo que eu poderia ter feito movimentos para isso acontecer, que de fato dependiam somente de mim. Eu amo parar para observar o pôr-do-sol, mas eu também fico indignada comigo mesmo, quando eu cometo um erro, uma falha, seja comigo ou com quem é importante pra mim. Eu deito no chão se precisar para fazer carinho em um cachorro, mas também caso eu me sinta injustiçada, isso me deixa totalmente desconfortável, e fica estampado na minha feição, não sei disfarçar ou fingir quando acontece. A realidade é que as tuas qualidades não anulam os teus defeitos, e os teus defeitos também não anulam as tuas qualidades, é bom lembrar também que as vezes a gente fica preso em uma bolha de perfeição, achando que todo mundo é cem por cento bom ou cem por cento ruim, mas todos nós temos boas qualidades, assim como todos nós também cometemos enganos. É isso que faz a gente sermos humanos, é o nosso traço de humanidade. Talvez sejamos a única espécie mutante, que se descontrói com tal constância para amadurecer, crescer, evoluir, para assim lidar com maior sabedoria conforme a finitude da vida.

— .(Escrito dia 23/12/2024, ás 14:01).