Acho interessante, a forma como as pessoas me abordam e almejam saber a minha opinião sobre relacionamentos, fato este que é comum e natural, sendo que acontece com certa frequência por eu escrever e falar sobre temas relacionados. Boa parte dos comentários que recebo aqui nas minhas postagens, são perguntas como estas, e resolvi responder esse questionamento de boa parte pra quem acompanha os meus escritos. Porém quero deixar claro, que a minha concepção sobre relacionamentos é em base nas minhas vivências, experiências, como eu enxergo e como as coisas funcionam pra mim, algo único que me cabe. Observe a imagem da postagem. Preste muita atenção nisso. Essa é a melhor imagem que eu já achei para explicar como funcionam as relações. Eis aqui o motivo de porque grande parte das relações não é saudável, porque por mais que a gente não veja por mais que a gente não tenha consciência, essas crianças aqui que existem dentro de nós, estão interagindo o tempo inteiro e o que acontece é que a maioria de nós somos crianças feridas em corpos de adulto. Então você se pergunta: Porque as minhas relações não dão certo? Porque a sua criança ferida encontra com a criança ferida do outro e vocês se machucam e de alguma forma vocês ficam recriando as dores que viveram ali do passado. Enquanto essa criança que não se sentir vista, não se sentir suficiente, ela vai buscar toda aprovação e validação da outra e todas as expectativas e dores que essa outra tiver, vai projetar nessa também. Ou seja, só é possÃvel ter um relacionamento saudável quando a nossa criança está saudável. Eu gosto de dizer que só existe um adulto de verdade onde existe uma criança interior acolhida. O maior erro que as pessoas cometem em relacionamentos, é que na infância, sendo criado pelos pais e famÃlia, você começa a construir a sua casa. E Essa casa tem alguns buracos e falhas, tijolos que você pega dos seus pais, alguns quebrados, outros não. Mas você vem construindo a sua casa e a pessoa que você decide se relacionar também tem uma casa que vem sendo construÃda, e quando conhecemos alguém subconscientemente, queremos que a pessoa saia da casa dela e venha morar na nossa casa, porque buscamos curar as nossas feridas de infância confirmando as crenças que foram colocadas na gente. Então queremos que a pessoa saia da casa falha dela e venha morar na nossa casa falha, porque achamos que o nosso jeito é o certo e a pessoa também, vai querer que a gente saia da nossa casa e vá morar na dela. Isso gera relações cada vez mais disfuncionais, por isso que o mundo está tão polarizado e as rupturas nas relações estão crescendo cada vez mais. Mas na verdade, o que a gente deve fazer, é pegar os melhores tijolos que a gente tem na nossa casa, a outra pessoa pega os melhores tijolos que ela tem na casa dela e ambos constroem um novo lar juntos. Isso não é sobre casas, é sobre relacionamentos. É sobre construir algo novo, com o melhor que as duas partes têm. Uma relação saudável pra mim, é ambos estarem alinhados e olhando na mesma direção e dizer: Vamos se cuidar, eu e você, vamos viver uma coisa bonita, uma coisa saudável pra caramba! Vamos pegar as coisas malucas ali que a gente viveu no passado, talvez até na nossa infância, talvez em outros relacionamentos, e vamos fazer diferente disso. E vamos ver os caminhos que isso aqui abre. Uma coisa que eu acho bonita de pensar numa relação, é quem em vez da gente ficar colocando onde a gente tem que chegar com elas, é entender que qualquer lugar que a gente vai chegar, a gente tem que se levar até lá, esse caminho precisa ser construÃdo muito mais do que idealizado. É tão distorcido, a gente pensar que o sucesso de uma relação é medido pela quantidade de tempo que essa relação durou. Eu sempre gosto de pensar que sucesso é a gente estar se tornando cada vez mais quem nós somos. E se uma relação aproxima mais a gente de quem a gente é, então isso sim é sinônimo de sucesso. Seja essa relação de uma semana, de um mês, de dez anos. Se você consegue extrair, até mesmo de uma relação caótica algo que te aproxime de você, de alguma maneira, ela foi bem sucedida. Tirar esse objetivo da duração e do tempo, e colocar esse objetivo na qualidade, no momento presente, na troca, porque se fazer bem e querer o melhor pra nós pode em algum momento desse caminho significar a gente não estar mais juntos. Quem sabe, não sei, é possÃvel. Será que é o amor que precisa ter a certeza do pra sempre? Ou é o medo? Ou será que a dificuldade de lidar com a finitude da vida? Com a imprevisibilidade, e com as faltas inerentes dessa existência aqui? Porque querer tanto quer as coisas sejam pra sempre, sendo que a gente mesmo não é.
— .(Escrito dia 01/05/2025, às 14:01).