Quero ver a realidade para al�m dos dias frios,
nebulosos, um espa�o s� meu, que nunca antes imaginado.
A pureza dos sonhos. A beleza no olhar de algu�m.
Os campos a perder de vista em minha vis�o.
As revoadas dos p�ssaros fazendo festa
em cada manh� renascida, apos noite e noites de solid�o.
O respirar. O ar puro. Fragr�ncia. Cheiro de flores do campo.
Mais al�m, as �guas mansas da vida.
Talvez se fechar os olhos, seja levada pela correnteza,
l� bem para as profundesa da imensid�o.
Nos confins inerte da exist�ncia.
Sem ar respiro bem fundo, inspiro, volto � realidade.
E o tempo abrande para viver sem respirar o segundo a seguir.
O tempo para. Os minutos ultrapassar-me o passo.
A vida a fugir-me � resistir-me.
E quanto mais corro mais me tudo desaparece.
Sou uma prisioneira nas m�os do destino. Sim...Presa.
Prendem-me, tiram-me o tempo... E eu.
E eu me perco... Tudo... Tudo passa.
S� eu paro no tempo. Tudo continua. Mudar.
Toda a gente tem tanto medo da mudan�a, de fazer algo.
�, de desfiar o mundo e fazer dele uma confundir de cores.
Falar. Gritar. Gritar. Fazer. Mudar. Seguir.
Sigo sem dire��o. Passos a passos incertos.
Nada sinto. Nada quero. Sonhos. Pesadelos. Realidade.
Cegueira incorp�rea. Sim. Cego.
Todos est�o cego espiritualmente. Cego e eu tamb�m.
N�o sei por quanto tempo vou continuar respirando esse mesmo ar.
N�o sei. Mas n�o quero parar de respirar agora. N�o quero.
S�nia Fernandes