N�o escolhemos o que somos na ess�ncia. N�o podemos, somos prisioneiros dessa condi��o primordial, determinada por uma arquitectura gen�tica e ontol�gica. Mas construimos quem somos como tarefa inacabada at� ao dia em que morremos, e n�o morremos completamente se aquilo em que nos contru�mos deixar saudades naqueles que fizeram parte da nossa vida. N�o escolhemos quem somos mas podemos decidir como o somos na nossa rela��o com o mundo. � nessa escolha que nos definimos como pessoas perante os outros. � esta identidade constru�da e exposta que nos faz ser gostados, amados, ignorados ou rejeitados. Queremos ser gostados acima de tudo! Porque precisamos de confirma��o do nosso trabalho de autoconstru��o, precisamos de afectos que nos validem escolhas. Precisamos desse equil�brio porque sem ele nascemos e vivemos e ningu�m d� conta de nos ver passar. Precisamos do abra�o de quem nos vai conhecendo, porque � nesse abra�o que existimos. Os afectos que despertamos, e nos despertam s�o a vida a acontecer em n�s. A nossa exist�ncia adquire sentido no que nos damos e sabemos receber dos outros, N�o amamos porque amamos, amamos porque a ess�ncia de algu�m nos toca de t�o perto que est� da nossa - o Amor � tudo menos relativo.
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