O sil�ncio preservado inspira o f�lego forte e lento do que ser� dito. Repara esta voz baixa, este tom cadenciado, as palavras amaciadas, sem urg�ncias ou gritos. O dia n�o corre ao meu lado, mas mora dentro de mim. Sou centelha do Universo, um �tomo da Exist�ncia inteira. Meu tamanho me conforta, n�o preciso dar conta do Mundo todo, mas dos acontecimentos ao redor. Posso doar esta parcela de tempo que � o que tenho e o afeto que em mim vigora. N�o importa a quantidade se ela � feita de tudo o que possuo agora. Nada busco, tenho o necess�rio e isto � o que chamo de ter o que � raro. Toda minha riqueza est� em meu cora��o. Toma! � teu meu abra�o, olfato e tato, aconchegue-se em meu peito, esque�a o pronome, preencha o sujeito: somos extens�o.
Eu me tenho, n�s nos temos. Tenho tudo, ent�o.
Um dia de paz. Nada mais.