Hoje navego em �guas calmas, num espelho quase perfeito que reflecte a minha alma. Hoje navego por mim, num pequeno barco onde vou ao leme. Sim, hoje vou ao leme, na suave brisa, mas sob o c�u de nuvens planas. Hoje sinto uma paz plana... sigo no meu pequeno barco, procurando um porto, um ancoradouro, uma praia. Hoje, apenas sigo.
Ultimamente tenho andado para al�m de irritada, cansada, aborrecida entres tantos outros estados de espirito, um pouco introspectiva em rela��o ao pouco que o mundo da Internet "me trouxe"... Quando relembro de certas situa��es por vezes penso para mim mesma e pergunto "Que raio de mundo � este que nos inunda a vida e nos traz tanto surpresas "boas", como surpresas que no final, se calhar foram erros totais, ilus�es perdidas, mas nenhuma delas sentida como perda de tempo, apesar de tudo o que possa ter acontecido...?!"
Pensamentos meus...
Em ti me vejo ao espelho, h� alguns anos atras
Os mesmos medos e anseios
De quem �ama� pela primeira vez
O medo do desconhecido mas
Tamb�m o eterno anseio de o descobrir
Por vezes abres a alma e deixas-me saborear
Tudo o que dizes ter para me dar
Meio a brincar fazemos �planos�...
�Planos� que mexem connosco
E que tantas vezes dizemos que nos podem magoar
Medo de magoar... que m�goa � essa que j� a
Chamamos inconscientemente?!
Nenhum dos dois a quer, disso ambos temos a certeza
Limitamo-nos a partilhar a companhia, a querer todos os segundos
De algo que come�a...
Por vezes fechas-te no teu mundo
No qual tento fazer parte
Mas n�o consigo... afasto-me magoada
Pelas palavras, pelos gestos...
Vacilo perante este modo de querer
Faz me ter d�vidas do que quero, e se valer� a pena
Deixo de sentir a seguran�a em ti
Deixo de sentir esperan�a em tudo o que vivemos
Sinto vontade de me afastar
Mas n�o o fa�o...
Pe�o-te perd�o em pensamento por essa vontade
Por tudo o que sinto por ti
E por todo o sentimento que tenha despertado em ti
Limito-me a estar sossegada no meu canto
Esperando um sinal teu
Adorava que todo este mundo que agora come�a
Desse certo, j� te tenho dito algumas vezes
Mas jamais vais perceber a intensidade
Nunca ir�s...
E para n�o me magoar n�o a demonstro
Calo-a, deixo-a ficar bem escondida
Limito-me apenas ao sil�ncio...
Tudo porque ultimamente pressinto
Que nada do que estamos a viver
Sobreviver� ao tempo...
No mundo perdido da minha fantasia, os castelos nascem nas nuvens e os jardins, secretos, perdem-se por entre o c�u azul do dia, ou na penumbra do p�r de um sol qualquer. As cores s�o vivas e simult�neamente suaves, numa contradi��o perfeita entre o sonho e a mais dura realidade.
Por aqui, os p�ssaros n�o voam, caminham e n�s, temos asas, voamos, de nuvem em nuvem, de castelo em castelo, por entre as �rvores gigantes da floresta, ou, at�, na profundidade de lagos de �guas mornas e transparentes. As flores nascem por todo o lado e sente-se o seu perfume, invadir o ar, numa primavera eterna de ess�ncias.
Num espa�o escuso, reservei um canto, onde me sento, e deixo o olhar perder-se, nas vastas planuras que envolvem este mundo perdido nos confins da mem�ria que criamos na nossa inf�ncia. Aqui o corpo n�o sente as dores da realidade, aqui a alma n�o sofre as amarguras da vida.
Volto, sempre que a reminisc�ncia da inf�ncia se apodera da consci�ncia do homem, sempre que a vida me d� um instante de liberdade, sempre que o sonho domina o sono e o cansa�o, sempre, que consigo c� chegar.
Perco-me nos caminhos escusos, por entre sombras e solid�o, por entre a Terra e o Ar. Procuras-me, e sempre me encontras, mesmo quando n�o me v�s, sentes-me simplesmente. Sinto a tua presen�a constante.