Sou filha do vento com a m�e tempestade
nascida numa noite de ver�o caliente
muitas vidas vividas e nelas muito amada
n�o penso em passado mas no daqui pra frente
Sou filha do vento com a m�e tempestade
em ber�o de amor eu vivi e me criei
sem ostentar valores materiais
eterna crian�a, pelos Querubins me guiei
Sou filha do vento com a m�e tempestade
banho-me nas �guas de Iara
e contemplo a riqueza do mar ao voar pelo c�u
a brisa a soprar-me os cabelos
Num desalinho jogado ao l�u
Sou filha do vento com a m�e tempestade
Em noites de lua cheia o meu uivo se faz ecoar
Desejos e prazeres outrora contidos
Na pele de loba passam a me embrigar
Sou filha do vento com a m�e tempestade
Fa�o da verdade a minha embarca��o
Que me conduz pela vida ao caminho da luz
Eu, filha pr�diga, concebida num rompante de paix�o!
MM
COMO OSTRAS E P�ROLAS
O sil�ncio do meu quarto me faz refletir
Desperto e sinto-me como uma ostra
Aproveito-me dessa fria chance
Repenso cada passo que por mim foi dado
Me�o em cent�metro todo o meu pecado
Vejo que quando eu mais me doei s� tropecei
Por entre pessoas e situa��es adversas
Fui protagonista de uma ant�tese.
Numas reconhecimento e noutras decep��o em forma de promessas
Sei n�o haver para os desencantos uma s� explica��o.
No entanto, eu devo ter errado na m�o.
Talvez eu tenha posto um ingrediente a mais na receita que criei.
De repente ou�o uma voz que diz:
-Acorda pra vida poeta!...
� hora de sair da concha em que est�s!
Conseguirei livrar-me dessas tais feridas?
Ser�, mesmo, necess�rio eu machucar a ostra pra retirar a p�rola?
Nesse mundo, muitos contemplam a beleza da p�rola;
Poucos avaliam o sacrif�cio da ostra.
(MMonte)