N�o sei se dou um passo em direc��o � porta, n�o sei se trope�o nos degraus dos dias ou se apenas vivo assim colada � sombra do ch�o f�rtil das incompreens�es das minhas sensa��es e medos.
Sinto o relento da madrugada que se aproxima, enxugo a chuva nocturna de l�grimas que solto por entre uma gargalhada oca e demente, arrancada com as unhas ao amanhecer passado. S�o leitos calmos de rios por entre mar�s tristes que ganham asas nesse mar de ang�stia no qual me sinto perdida.
N�o permito ao pensamento discernir onde se acabam as margens lamacentas do meu ego�smo que concedi para ancorar sorrisos. Deixo-me afogar no esquecimento de outros que me s�o queridos, aprofundo o desencontro do corpo e da alma, separados na dor, como a noite se afasta da quebra de luz da aurora.
Levanto-me e aproximo-me do espelho do quarto. No semblante l�mpido do espelho das emo��es, vislumbro o vazio de mim fechado no vazio de um turbilh�o confuso que se abre aos meus olhos. Revejo-me no reflexo convexo da dolorosa aus�ncia de for�as capazes de amar. Perdi o corpo na ilus�ria batalha de mim mesma com o sonho, quando desertei do conflito antecipado, sem autoriza��o da vida.
Foi o precip�cio sem fundo que ganhei, que agora sofro, nesta guerra que pintei de vermelho escuro, o sangue seco, com que tingi o branco da bandeira desfraldada, em honra do choro que me roubou a alma. Entreguei-me ao vento cigano e arrasto-me por a� entre pedra e plumas. Hoje perco-me do tempo, escorrego entre a apatia distante de um segundo e o outro. N�o encontro o espa�o do minuto seguinte porque n�o ouso estender a m�o ao futuro. Temo este futuro.
Perigosamente desafio-me, i�o as velas do sofrimento, pulo o ingl�rio muro da l�gica, golpeio a consci�ncia e adorme�o a ilus�o agarrada � escurid�o de uma p�rfida ignor�ncia auto-imposta. Desculpo a revolta que fiz nascer em mim e aponto o dedo acusador na minha direc��o pela pressa insaciada de viver sonhos perfeitos, fui eu que implodi os ponteiros que me ajustavam ao rel�gio da vida, deixei que a letra desta musica pela qual tanto ansiava j� num tempo passado numa ilus�o achada como imposs�vel, me cegasse... sou culpada de crime hediondo.
Esta centelha de fios de luz que se estendem ao infinito leva-me embalada e sinto-me arrepiar ao ro�ar da lembran�a das minhas m�os nas tuas. Sinto-me culpada por estares longe de mim, em perigo.
Sinto o relento da madrugada que se aproxima, enxugo a chuva nocturna de l�grimas que solto por entre uma gargalhada oca e demente, arrancada com as unhas ao amanhecer passado. S�o leitos calmos de rios por entre mar�s tristes que ganham asas nesse mar de ang�stia no qual me sinto perdida.
N�o permito ao pensamento discernir onde se acabam as margens lamacentas do meu ego�smo que concedi para ancorar sorrisos. Deixo-me afogar no esquecimento de outros que me s�o queridos, aprofundo o desencontro do corpo e da alma, separados na dor, como a noite se afasta da quebra de luz da aurora.
Levanto-me e aproximo-me do espelho do quarto. No semblante l�mpido do espelho das emo��es, vislumbro o vazio de mim fechado no vazio de um turbilh�o confuso que se abre aos meus olhos. Revejo-me no reflexo convexo da dolorosa aus�ncia de for�as capazes de amar. Perdi o corpo na ilus�ria batalha de mim mesma com o sonho, quando desertei do conflito antecipado, sem autoriza��o da vida.
Foi o precip�cio sem fundo que ganhei, que agora sofro, nesta guerra que pintei de vermelho escuro, o sangue seco, com que tingi o branco da bandeira desfraldada, em honra do choro que me roubou a alma. Entreguei-me ao vento cigano e arrasto-me por a� entre pedra e plumas. Hoje perco-me do tempo, escorrego entre a apatia distante de um segundo e o outro. N�o encontro o espa�o do minuto seguinte porque n�o ouso estender a m�o ao futuro. Temo este futuro.
Perigosamente desafio-me, i�o as velas do sofrimento, pulo o ingl�rio muro da l�gica, golpeio a consci�ncia e adorme�o a ilus�o agarrada � escurid�o de uma p�rfida ignor�ncia auto-imposta. Desculpo a revolta que fiz nascer em mim e aponto o dedo acusador na minha direc��o pela pressa insaciada de viver sonhos perfeitos, fui eu que implodi os ponteiros que me ajustavam ao rel�gio da vida, deixei que a letra desta musica pela qual tanto ansiava j� num tempo passado numa ilus�o achada como imposs�vel, me cegasse... sou culpada de crime hediondo.
Esta centelha de fios de luz que se estendem ao infinito leva-me embalada e sinto-me arrepiar ao ro�ar da lembran�a das minhas m�os nas tuas. Sinto-me culpada por estares longe de mim, em perigo.