�s paisagem suave que meus olhos comtempla,
t�nue perfei�ao que teu corpo desenha
nun toque de pele suave,pelos macio.
�s sil�ncio, calmaria
e porto que me abriga,
lugar secreto onde meu corpo se entrega,
se amarra em teu prazer e teu desejo.
�s abra�o que me aperta a alma,
fundindo-a na tua,
lugar comum entre mundos dispersos,
distantes, contudo t�o perto.
�s miragem que aos olhos se ilumina,
febre que este calor intenso domina.
�s sede, loucura e desejo,
que apenas minha mente se atreve a desenhar,
�s tudo e afinal n�o �s absolutamente nada.
Utopia imaginada sobre uma tela fria,
lugar doce ou mel,
que jorra de teus l�bios de homem. Lux�ria,
puro devaneio que em meu �mago transporto
como se realmente fosses meu.
N�o passas do horizonte long�nquo
onde nunca vou chegar,
mera paisagem para me deliciar,
ficar aqui, apenas a olhar.
�s fruto da minha imagina��o,
risco de carv�o em minha tela,
pureza inventada do quase nada.
�s o meu olhar que te encontra
o corpo em qualquer protuber�ncia.
Se algu�m te perguntar se est�s triste, sorri e mente. N�o mostres os teus olhos vermelhos porque os homens preferem v�-los pintados de outra cor. Quando sentires frio dentro de ti, cobre-te de lux�ria e prazer e espera que o teu corpo aque�a. Por precau��o, costura o teu passado no decote e espera que num momento mais quente o rasguem de olhos fechados para n�o o verem...o mundo � mais compreensivo quando � cego.
Depois embrulha o teu corpo numa fita veludo e aguarda que um olhar te deseje como presente, mas n�o esperes receber flores da m�o que te despir. ..porque as rosas s�o para os contos de fadas e tu perdeste a tua magia quando arriscaste amar a s�rio algu�m. Agora do amor que sentes s� mereces uma coroa de espinhos e as flores nunca ser�o para ti.
Ent�o n�o chores nessa janela porque ningu�m te v� por detr�s desse vidro empoeirado , �s invis�vel aos olhos de quem por ela passa . Sempre foste assim, apenas j� n�o te lembravas de como era senti-lo...
� por isso que te refugias nas palavras como um vagabundo que procura abrigo em cada canto da rua? N�o encontras palha para fazer o teu ninho e ent�o gritas com elas para libertares toda a tua f�ria contida. E porque gostas de manter aquela imagem suave e doce que acalma os outros sorris...e quem te acalma a ti, quando sentes que vais explodir em peda�os? Olhaste bem em teu redor?
N�o te admires se n�o vires ningu�m e n�o te belisques porque n�o � um sonho...� apenas o teu maior pesadelo.
Porqu� ter medo da solid�o
se a solid�o � a tua �nica companhia?
Porque choras quando olhas
Para as paredes vazias?
Foram s� recorda��es que delas arrancaste...
Tens tela e pinc�is
Ent�o, porque n�o pintas novos quadros?
Tens tantas cores nos reflexos das tuas l�grimas
Porque n�o tentas
pintar um arco-�ris nos teus olhos...
N�o desistas
De imaginar que salpicas o c�u
S� porque Deus
Fez os teus olhos com a cor da terra...
Porque a tua imagina��o
Tem asas
Sabes bem que o ch�o nunca poder� ser a tua casa...
Se tiveres de voar sozinha, ent�o n�o receies a solid�o do teu voo porque os p�ssaros abrir�o caminho por entre as nuvens e o sol n�o te faltar�. Tu �s como eles e vives cantando sentimentos por isso nunca te pedir�o que silencies a tua dor nem que escondas os teus desejos por conveni�ncia s� porque temem as tuas tempestades.
Tens nos dedos a for�a da liberdade das palavras e a coragem para encher o c�u com palavras apaixonadas mesmo que o mundo teime em caminhar com os olhos postos no ch�o...
Pelo menos tu sabes como fazer dos teus l�bios rebu�ados e escolhes livremente as bocas que os poder�o provar... n�o te limitas a distribuir a mil porcos os teus beijos como se fossem guloseimas s� porque por eles salivam.
Por isso...
Beija estes l�bios
que em chocolate
foram moldados
e deixa-te ficar assim
perdido na minha boca
at� que o meu corpo
se ofere�a a ti como sobremesa.
Depois com o meu cora��o nas tuas m�os
caminha lentamente
at� aquela janela empoeirada onde eu chorava...
Ent�o, abre-a com cuidado
para eu n�o a ouvir gemer
e solta-me com os olhos fechados
porque eu s�
sei voar na escurid�o...