Bem que o vento podia levar consigo
as desaventuran�as nossas de cada dia.
Nossos medos, anseios,
esperan�as infund�veis,
lembran�as que nos prendem a um passado
que ainda n�o se transformou em passado.
Que nos levasse onde temos que ir,
onde realmente encontremos o sentido de tudo,
se � que existe mesmo um sentido,
se precisa existir.
Onde a necessidade de se sentir querido,
amado, vivo em um cora��o,
seja mais que uma necessidade.
Seja algo que se torne t�o obvio,
e t�o comum a nossos dias
a ponto de n�o nos fazer mais falta.
Vento esse que com a mesma intensidade
que leva a pluma que a crian�a brinca para o alto,
clareia infinitos espa�os transformado
em energia;Refresca momentaneamente
um pequeno ferimento
e tamb�m movimenta infinitos gr�os
de areia no deserto.
Bem que essa brisa que bagun�a meus cabelos,
podia abrir meus olhos,
Me fazer ver al�m do reflexo do sol na �gua.
Al�m da minha janela,
da lente emba�ada dos meus �culos.
Al�m das horas, dos rostos e dos sentimentos.
Al�m do que eu quero ver.
At� onde eu preciso olhar.
Ao inv�s disso, tr�s com sigo gotas de chuva,
branda ou com entusiasmo.
Combina��o essa que pode causar grandes estragos
ou ent�o, acalmar e devolver ao seu devido lugar
uma alma que longe foi com o vento,
sem mesmo ter tirado os p�s do ch�o.
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