Ouve-me agora que n�o digo nada que soe a alguma coisa. Ouve-me agora que me sinto mais mudo do que nunca e que parto o sil�ncio com choros perdidos numa ins�nia ass�dua.
Ouve-me agora que � tarde... quando a vontade de ser ouvido batia horas certas, estavas ensurdecida pelo barulho ego�sta do teu ego, o Senhor de todos os teu males.
Ouve-me a respira��o que enfraquece ao compasso desta dor absurda que se apoderou de tudo que me pertencia. Ouve o que diz o meu olhar preso ao escuro da solid�o que me corta a alma em tiras de papel comido pelo �dio que me navega no sangue.
Ouve-me o cora��o que se tornou masoquista e me pede a toda a hora que lhe d� motivos para sangrar e rebentar as art�rias. Ouve o que te conta o meu choro... traduz o que ele te grita porque deixei de perceber o seu idioma salgado que me inunda a cara imunda de pranto.
Ouve os meus passos. Sabes para onde v�o? Seguem em c�rculos porque a vontade de ficar parado n�o manda em mim e o medo de me perder estragou a fechadura e entrou sem eu notar.
Ouve-me agora que s� cuspo palavras que n�o falam. Ouve-me agora que perdi a vontade de te dizer algo mais do que um simples Amo-te!