A raz�o alerta-me, repete avisos
infind�veis
de um perigo qualquer que ainda n�o sei bem.
A voz do
cora��o embrulha-me na melhor parte de mim,
naquilo que tento preservar
intacto e vivo.
A raz�o desperta-me, deixa-me s�ria,
cinzenta e fechada
numa ideia fixa.
Sou duas pessoas ao mesmo tempo,
divido-me entre o que
sinto intensamente
e o que penso desse sentir.
O que me pode dizer a
alma para desempatar?...
E de repente h� vozes que falam
e
dizem coisas que eu sempre soube,
mas que esqueci nestes instantes em
que fixo o ch�o.
Est�o pr�ximas, demasiado pr�ximas para serem
ignoradas.
E de repente tamb�m,
oi�o a minha voz que vem de longe
e que
espera a sua vez. N�o � a voz do cora��o,
essa grita em desespero e de
tanto gritar sem se ouvir,
vai perdendo nexo e ganhando ru�do.
A voz
que se ouve � a voz da raz�o,
� pausada, distinta,
com frases
organizadas num sentido �nico.