A M�SICA DE BEETHOVEN
O som da orquestra, t�o suave, invade o sil�ncio
Pesado que faz meu c�u t�o cinzento,
Espalha no quarto o sofrimento de Beethoven
Transformado em notas de magn�fica sinfonia...
Eu, embevecida, cristalizo a m�sica na imagem
Do homem que eu amo tanto e que est� distante...
Enla�o-me a ela como vigorosa serpente num tronco,
Serpeando, sensualmente, em para�so imagin�rio;
Onde ele me desnuda, arranha, qual fera, o meu corpo,
Toca e morde cada palmo da minha carne quente,
Descobre del�cias em cada canto desconhecido,
Penetra-me com archote de fogo ensandecedor...
E, quando a m�sica termina, estou triste e s�.
Vejo nos meus bra�os as marcas dos meus dedos,
O suor escorre empapando a camisola fina,
E, com meu corpo reclamando o dele, eu adorme�o..
(Maria Hilda de J. Al�o)