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ANELOS
Quando da noite as sombras negras descem
E a terra envolvem num extenso v�u
Quando na sombra a voz dos astros fala
O amante exausto na deserta sala
Transborda em pranto todo o drama seu
Sou eu o amante! E essas noites negras
Da vida fazem-me perder o alento.
� quando esque�o da esperan�a o brilho
� quando perco do ideal o trilho
Troco o futuro por um s� momento.
� um momento pelo qual a vida
Daria em troca se ela aqui estivesse,
Mas, � o sonhar perdido de um amante
Ela ver-me n�o quer por um instante
Ah! Eu seria feliz se ela quisesse.
E que momento largo n�o seria
Ilus�o tamanha eu viver quisera
Beber de uns l�bios r�seos, delirante
A seiva rica, ardente, inebriante,
Queimar-me nesse fogo, ai se eu pudera
E sua voz depois, febril e l�nguida
Arfante, d�bil, ardente de desejo
Na vol�pia sem termo do momento
Quisera ouvi-la, quase num lamento
Em �xtase pedir: � Me d� um beijo�.
Depois... Depois... Mas que sonhar insano
Que doida fantasia! Que ilus�o
J� a alvorada vem quebrar os elos
Dos meus sonhos gentis, sutis anelos
E o sol me vem gelar o cora��o.
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