BALADA
� Florbela Espanca
Amei-te muito, e eu creio que me quiseste
Tamb�m por um instante nesse dia
Em que t�o docemente me disseste
Que amavas �ma mulher que o n�o sabia.
Amei-te muito, muito!T�o risonho
Aquele dia foi, aquela tarde!�
E morreu como morre todo o sonho
Deixando atr�s de si s� a saudade! �
E na ta�a do amor, a ambrosia
Da quimera bebi aquele dia
A tragos bons, profundos, a cantar�
O meu sonho morreu� Que desgra�ada!
E como o rei de Thule da balada
Deitei tamb�m a minha ta�a ao mar �
� Florbela Espanca
Trocando olhares -
08/08/1916
SOL POSTO
� Florbela Espanca
Sol posto. O sino ao longe d� Trindades
Nas ravinas do monte andam cantando
As cigarras dolentes� E saudades
Nos atalhos parecem dormitando�
� esta a hora em que a suave imagem
Do bem que j� foi nosso nos tortura
O cora��o no peito, em que a paisagem
Nos faz chorar de dor e d�amargura�
� a hora tamb�m em que cantando
As andorinhas v�o p�lo meio das ruas
Para os ninhos, contentes, chilreando�
Quem me dera tamb�m, amor, que fosse
Esta a hora de todas a mais doce
Em que eu unisse as minhas m�os �s tuas!�
� Florbela Espanca -
Trocando olhares - 29/07/1916
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