NOITE ESCURA
Em uma Noite escura,
com �nsias em amores inflamada,
� ditosa ventura!,
sa� sem ser notada.
estando minha casa sossegada.
A ocultas, e segura,
pela secreta escada, disfar�ada,
� ditosa ventura!,
a ocultas, embu�ada,
estando minha casa sossegada.
Em uma Noite ditosa,
t�o em segredo que ningu�m me via,
nem eu nenhuma cousa,
sem outra luz e guia
sen�o aquela que em meu seio ardia.
S� ela me guiava,
mais certa do que a luz do meio-dia,
adonde me esperava
quem eu mui bem sabia,
em parte onde ningu�m aparecia.
� Noite que guiaste!,
� Noite am�vel mais do que a alvorada!,
� Noite que juntaste
Amado com amada,
amada nesse Amado transformada!
No meu peito florido,
que inteiro para ele se guardava,
quedou adormecido
do prazer que eu lhe dava,
e a brisa no alto cedro suspirava.
Da torre a brisa amena,
quando eu a seus cabelos revolvia,
com fina m�o serena
a meu colo feria,
e todos meus sentidos suspendia.
Quedei-me e me olvidei,
e o rosto reclinei sobre o do Amado:
tudo cessou, me dei,
deixando meu cuidado
por entre as a�ucenas olvidado.
S�o Jo�o da Cruz
(tradu��o de Jorge de Sena)
� Madre Tereza de Calcut�
��♥V��g�ni� Lima♥��
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