Como uma ta�a do mais valioso cristal
Eu te tomei nas m�os tremulas e ansiosas,
Sem saber se era um bem ou um mal
Uma pomba da paz ou uma fera perigosa.


Desenhei-te tocando na borda delicada
Um som estridente falou-me de paix�o,
E o vinho que degustou minha boca acanhada
Aqueceu e uniu dois corpos num s� cora��o.


Bebi naquela ta�a seu beijo com gosto de vinho
Inebriei-me ainda virgem de tal sensa��o.
Drogado pelo amor e pelo lascivo carinho
Fomos ao mesmo tempo lava e vulc�o.

O tempo voa e faz das nuvens seus galhos
Feito os condores que nas alturas desaparecem
E as suas asas que d�o carona pro orvalho
Abra�am encolhidas lembran�as que permanecem.


Eu senti na minha boca os sabores do seu gosto
Numa ta�a de cristal me embriaguei de felicidade,
Como o vento que beija e foge nas tarde de agosto
Deixando no fundo do copo vinho seco da saudade.



Josu� Bas�lio Oliveira