UM GARCON NA SANTA CEIA
Peguei uma toalha enorme e cobri a mesa,
Coloquei doze copos e garrafas de vinho,
Doze pratos e talheres, at� de sobremesa,
Guardanapos, caprichei, fiz com carinho!
Na cozinha estavam prontos: arroz e feij�o,
Tamb�m havia peixe em uma grande travessa,
Duas saladas: uma de alface, outra de agri�o.
Comida pobre, simples, mas comida a bessa!
E quando estava perto o momento da ceia,
Lavei as m�os na pia e tirei o avental,
Olhei o rel�gio na parede, eram onze e meia,
Minha casa humilde ia receber o pessoal.
Foram chegando; Thiago, Jo�o, Tadeu e Andr�,
Mateus, Pedro, Sim�o, Felipe e Bartolomeu.
Chegou meio desconfiado o sempre bom Tom�
E, em seguida Thiago, o filho de Alfeu.
Os onze sentaram-se e, com certo espanto,
Notaram o que na entrada n�o haviam visto,
Uma figura conhecida sorria em um canto,
Alto e de cabelos longos: era Cristo!
Cristo sentou-se no centro e comecei a servir.
Neguei, quando perguntaram se queria ajuda.
Foi a� que bateram � porta com insist�ncia.
Fui abrir, era Iscariotes, o Judas.
Eu o mandei esperar e voltei at� a cozinha,
Peguei alguma coisa e embrulhei com rapidez,
Dei-lhe e o mandei dar uma voltinha.
Cristo balan�ou a cabe�a, reprovando-me dessa vez.
Os onze quiseram saber o que eu dera
A Judas Iscariotes, o que era? O que era?
Cristo sem ag�entar, sorriu.
Explicou que eu nasci no Brasil
E, como bom brasileiro,
Eu dera um jeitinho,
Dando a Judas um certo dinheiro
Para sair de fininho.
Trinta moedas para esquecer a rua e a vila
E deixar Cristo e os ap�stolos numa ceia tranq�ila!