A surpresa foi o Kak�. N�o pela bola que jogou, mas pelo seu comportamento em campo. O Brasil ainda n�o conhecia esse Kak� da Copa de 2010. Um Kak� que revida caneladas, profere palavr�es, reclama do juiz e coleciona cart�es. N�o que eu goste de v�-lo expulso de campo. Isso seria um contra-senso, j� que ele foi o term�metro do time nessa Copa (n�o trouxe o caneco, mas jogou muito melhor do que em 2006, � fato). N�o sou religioso, mas tamb�m n�o me importo que as pessoas o sejam. S� me incomodava ver os gols do Kak� jogador se confundindo com o proselitismo do Kak� pastor. Me incomodava ainda mais a sua cegueira diante dos del�rios do casal Hernandes. N�o me entendam mal. Ele tem todo o direito de pagar todos os milh�es que quiser de d�zimo para a Igreja Renascer, mas quando vem a p�blico defender os �bispos� no infame epis�dio dos d�lares na b�blia, assume uma posi��o pol�tica bastante discut�vel. E sua fun��o nunca foi pregar, mas apenas jogar futebol. Nessa Copa, gostei de ver seu jeito bom mo�o, carola e politicamente correto cair por terra, dando lugar a um Kak� explosivo e vibrante, mas cheio de rea��es, medos e contradi��es. Um Kak� que n�o se conforma com a derrota e
chora a perda do t�tulo. Um Kak� humano, enfim � fal�vel e imperfeito, como todos n�s� Gra�as a deus.