Na espera do amanh�.
Era o fim do dia,
O �ltimo vest�gio da luz do sol escondeu-se, assustado,
Prenunciando uma desoladora escurid�o.
O c�u, tingindo-se de vermelho, anunciava o pacto selado
De dem�nios e seus seguidores na eterna persegui��o.
As estrelas n�o vieram enfeitar o manto negro, mas fugiram.
A lua, em desespero, apagou seu brilho prateado.
Os p�ssaros calaram-se e, como fantasmas, sumiram.
At� a �gua da lagoa n�o mais se mexeu, num sil�ncio de doer.
Ent�o, um estrondoso rugido partiu das alturas
E com ele raios de fogo atingiram o ch�o.
Rasgou-se em retalhos o c�u que outrora brilhara em candura,
Mostrando a for�a que faz nascer ou morrer.
E diante de tamanha f�ria tremeu a terra em pavor.
As florestas entoaram um lamento de dor,
As �rvores dobraram-se pedindo clem�ncia e, ent�o,
Criaturas e anjos voltaram os olhos ao criador.
Nada restava a fazer sen�o esperar a tempestade passar.
E, mais uma vez eu estava ali, impotente, encolhida,
Esperando a f�ria de aquele momento acabar,
Com a alma em pranto e o cora��o apertado,
No compasso de segundos que duram uma eternidade.
E, nas l�grimas que corriam em profus�o,
Na �nsia de dissolver o amargo gosto daquela verdade,
De tristeza e desilus�o,
Repensando e desistindo dos porqu�s,
Apenas a certeza de que o sol nasceria amanh�,
E eu sobreviveria, mais uma vez,
Na espera do amanh�.
L�dia Sirena Vandresen (31.12.2.007)