A on�a
A brisa fresca com cheiro de mato e vida
Despertando a menina recolhida,
Que deseja imitar Tarzan nos cip�s da estrada,
E abra�ar o amanh� como os p�ssaros em revoada.
Era as f�rias na fazenda e assim eu me sentia
Na caminhada matutina do primeiro dia.
A amiga Irene ria-se do meu jeito maroto,
E conversando animadas segu�amos pelo caminho roto,
Beijando a brisa que nos lambia como mel,
E o bom dia do sol que despontava no c�u.
Tudo perfeito, poderia jurar,
Se n�o fosse a on�a a nos espreitar.
� como se a poesia fizesse uma brusca parada.
Os rastros do bichano estavam ali, na estrada.
Pegadas frescas, intactas, perfeitas desenhadas na areia.
Como a aranha desenha sua teia.
Ela andara no mesmo sentido de nossa expedi��o,
E eu sentia um misto de medo e anima��o.
Era aterrorizante, mas tamb�m emocionante,
Imagin�-la a nos espreitar por entre a mata.
N�o se preocupe, me disse a amiga sensata:
Ela nunca ataca se a gente a vir.
Grande conforto pra se ouvir!
Seguimos adiante, com o cora��o mais forte a bater,
Olhos espertos procurando tudo ver,
E peguei um enorme pau para impressionar
Como se isso nos pudesse salvar...
No dia seguinte, ela estava na estrada.,
Sua presen�a na areia marcada,
No sentido contr�rio do dia anterior,
Gritava o perigo sem medo ou pudor.
Ao retornarmos, qual n�o foi a surpresa:
A fera, sobre os nossos rastros carimbara os dela,
Poderosa sentinela, senhora da presa!
Com o celular, fotografei a minha aventura,
E, feito crian�a pura, voltei louca pra contar
A saga da on�a que estava a nos espreitar.
Lidia Sirena Vandresen
21. 07 .2009
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