Amor
O Amor deu-me boas vindas, por�m retraiu-se
minha alma, em p� e pecado eivada.
Mas o Amor, de olhar sagaz, observando-me
recuar �quela minha primeira entrada,
achegou-se de mim, suave, indagando
se algo me faltava.
�Um h�spede,� disse-lhe, �em m�rito de entrar � vossa casa."
Falou o Amor, �Tu o ser�s.�
�Eu, o ingrato, o desam�vel? Ah, n�o sou digno
de a V�s erguer os olhos, meu amado.�
O Amor tomou minha m�o e, sorrindo, retorquiu,
�Quem, sen�o eu, teria os olhos criado?
�Verdade, Senhor; mas eu os turvei; deixai minha desonra
tomar o rumo que lhe caiba.�
�Acaso n�o sabes�, diz o Amor, �quem toda humana culpa assumiu?�
"Meu querido, serei de vossa mesa, assim, o servo."
�Deves sentar-te,� diz-me o Amor, �e de minha carne provar.�
Ent�o sentei-me, e de sua carne provei.