Eu me deixo ficar, e me permito olhar a vida mais lentamente, nas entrelinhas, além das dores e dos nossos desencantos. Porque os dias não podem ser somente tristes, pois há paz, além da guerra, e há flores brotando na aridez dos tempos difÃceis.
Nada me pertence, mas me permito sentar em frente ao mar e ver o vai e vem das marés, a onda que quebra na areia, o cais que guarda segredos.
E eu me deixo ficar numa conversa boa, num café das três, nas palavras ditas num longo silêncio.
Nas canções que eu aninhei no peito, nas memórias de menina, no abraço que traduz uma vida.
Nada me pertence, mas eu me permito SENTIR.
-Eunice Ramos