Eventualmente tenho perguntado a amigos por que teria Jesus Cristo proferido essas palavras em seus �ltimos momentos na cruz. As pessoas � geralmente demonstrando certo desconhecimento das Escrituras � t�m diversas opini�es a respeito: que foi um momento de ang�stia; que foi uma prova da humanidade de Jesus, pois, afinal, ele era um homem como n�s, de carne e osso, sofria como a gente, etc. Alguns at� questionam se Cristo teria tido um momento de fraqueza, imaginando que o Pai o havia de fato abandonado...
Na verdade, h� raz�es importantes para a cena, mas vale lembrar inicialmente que Jesus estava... orando. Uma ora��o judaica, um Salmo: o Salmo 21, para ser mais precisa. Afinal, o juda�smo era a religi�o ancestral de Jesus.
O Mestre estava orando e cumprindo uma profecia.
Quando hoje um crist�o se v� em desespero, clama por Deus, pelo Mestre, reza o Pai-nosso, a Ave-Maria... Um mu�ulmano clama por Al�... Nada mais natural, portanto, que, num momento de sofrimento, Jesus fizesse uma ora��o que lhe viesse das profundezas da alma, clamando pelo mesmo Deus hebraico que foi o Princ�pio para as demais cren�as e que o Mestre aprendeu a amar desde sempre.
"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
E permaneceis longe de minhas s�plicas e de meus gemidos?"(...) Salmo 21 (Algumas B�blias trazem como Salmo 22)
Essa atitude de Jesus, significante num momento de afli��o, tamb�m simboliza algo que nos leva a uma profunda reflex�o: a uni�o que deve irmanar as religi�es que professam a cren�a no mesmo Deus.
Naquele instante crucial, Jesus fez uma ora��o judaica. Era uma forma de mostrar que ele n�o rompera com o juda�smo, que sua cren�a ancestral continuava a ampar�-lo, especialmente naquele momento t�o expressivamente simb�lico � de "passagem" para a nova era. O novo n�o significa necessariamente a nega��o do antigo, podendo ensejar a evolu��o transcendental, o aperfei�oamento espiritual, a "comunh�o", enfim.
Quando assistimos, decepcionados, a tantas guerras entre irm�os que professam a cren�a em Deus, muitas vezes sob pretextos religiosos, ficamos a imaginar o qu�o profundamente entristecido n�o estar� se sentindo o Mestre Maior... O que fizemos de seu exemplo na Cruz?... Onde est� a comunh�o entre os povos?
Finalmente, cabe sempre lembrar que a cena em quest�o estava prevista entre as profecias que antecipavam a vinda do Messias, e que o verdadeiro ensinamento de Cristo � desejar a Paz na Terra n�o apenas aos homens de boa vontade.
Que a Paz chegue para TODOS os homens, especialmente aos que ainda n�o encontraram a Boa Vontade!
Oriza Martins
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