quando as flores se calarem diante de nossos olhos surdos
e o perfume desaparecer de nossas narinas
talvez sejamos capazes n�o mais de perceber a vida
mas conscientizarmo-nos, ao menos,
de que aquilo que agora temos
n�o passa de mera sobrevi�ncia
porque o sil�ncio das flores � o sil�ncio das almas
a aus�ncia do perfume � o vazio do esp�rito
a incapacidade de vermos a flor que se resseca
diante de nossos olhos
a flor que se esvai em p�lidas p�talas
� nossa incapacidade de sentir a vida
de tirar da exist�ncia ainda algum alento
alguma ut�pica explica��o para este todo j� vazio
deste todo autodestrutivo
porque vem das flores a verdadeira beleza
� delas que emanam a sensibilidade
e a fragilidade t�o necess�rias � vida