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O PASTORZINHO

Tema: natal

Extra�do da folha Esp�rita de Dezembro de 1975

Noite serena, silenciosa. No firmamento escuro resplandeciam as estrelas. Umas brilhantes como s�is, outras p�lidas, como crian�as tristes e haviam as que pisca- piscavam, luzindo, luzindo. Deitado sobre a relva, ao p� da colina, Pastorzinho tocava suavemente uma flauta. O som era triste e mel�dico, porque tamb�m o Pastorzinho estava triste. Naquela noite sentia-se mais sozinho do que nunca. Desde que perdera os pais, ningu�m se lembrava dele, ningu�m o esperava com um sorriso, nem lhe beijava a fronte com do�ura, como sua boa m�ezinha.
Para ganhar o sustento di�rio, empregara-se na granja de um rico mercador que possu�a um grande rebanho de ovelhas; e, ent�o, com outros pastores, tinha que cuidar delas, levando-as para os melhores prados, de pastos tenros e �guas cristalinas. Procurava executar sua tarefa da melhor maneira poss�vel. Sentia verdadeiro carinho pelos mansos animais. Corria logo atras deles, se algum se afastava do rebanho.
As ovelhas sob seu cuidado eram muitas, e, apesar do seu desvelo, no dia anterior, um carneirinho travesso desgarrou-se dos companheiros e afogou-se no rio. Como sentiu aquela perda o pobre Pastorzinho e como se irritou o seu patr�o. Voc� � um descuidado- falou-lhe com dureza. N�o serve nem para cuidar de animais!

Por isso � que estava triste o Pastorzinho. Agora, que as ovelhas descansavam e que os outros pastores reunidos junto ao fogo, contavam velhas est�rias, a tristeza de seu cora��o se traduzia em grossas l�grimas que lhe corriam pelo rosto moreno, tostado pelo sol e curtido pelo vento.
S�bito, ocorreu algo extraordin�rio, Pastorzinho viu no C�u uma estrela de brilho sem igual e logo ele foi rodeado por esplendorosa claridade.
Que � isto? Perguntou atemorizado, sem compreender o que acontecia. Em seguida, avistou uma figura angelical, que lhe disse com do�ura: N�o temas, pois venho trazer uma boa nova de grande ventura para todo o povo! Nasceu, hoje na cidade de David, o Salvador, que � o Cristo, o Messias, nosso Senhor. Como sinal para que o encontreis, digo-vos que o menino est� envolto em panos pobres e deitado em uma manjedoura.
Apenas o anjo acabou de pronunciar estas palavras, suave melodia se fez ouvir por todos os recantos do vale; as vozes cantavam: "Gloria a Deus nas alturas e paz na Terra para todos os homens" Quando as celestes criaturas silenciaram, Pastorzinho exclamou: Vamos a Bel�m! Vamos ver o enviado de Deus! E passou a convidar os pastores Chamou primeiro o seu amigo mais chegado, que era um menino de sua idade.
Depois convidou um jovem pastor um pouco mais velho que ele. Este aceitou o convite com alegria e integrou-se aos outros
Por fim, tamb�m sentiu vontade de seguir viagem, um senhor pastor que mostrou-se como um pai generoso e amigo.
Assim como os pastores, os bichinhos, passaram a proclamar, uns para os outros o grande evento da vinda de Jesus para o bem do mundo. O carneiro, falou ao burrinho este ao boi e a vaquinha e come�aram a caminhada para Bel�m, onde encontrariam o menino na manjedoura.
T�o r�pido como puderam os pastores se dirigiram para a pequena aldeia. L� estava a grande estrela. Ser� aqui? Perguntavam uns aos outros. Como � poss�vel que o filho de Deus viesse nascer em um lugar t�o humilde?
Entremos! Falou o Pastorzinho resolutamente. E ao penetrarem viram uma crian�a que dormia placidamente em um ber�o de palha. Ao seu lado estavam Jos� e Maria sua m�e que velavam pelo seu sono. Haviam animais que se tinham aproximado para aquecer a doce e gentil crian�a.
Maria tomou-a nos bra�os e o Pastorzinho que movido por um irresist�vel impulso ajoelhou-se, reverenciando a grandeza espiritual daquela crian�a. De repente, sentiu em seu cora��o uma alegria imensa, um contentamento que n�o podia exprimir com palavras. Havia um brilho diferente em seu olhar, e um sorriso de felicidade em seus l�bios. J� n�o se sentia s�, n�o estava triste e nem sentia medo.

O pequenino Jesus, transformara a sua vida pois s� a vibra��o pura daqueles que amam � capaz de operar as grandes mudan�as. Desde aquele dia Pastorzinho, procurou servir Jesus, aceitando o sofrimento, com paci�ncia e humildade, procurando fazer aos outros todo o bem ao seu alcance.
A doce Maria, m�e de Jesus, Rosa m�stica, m�e de todos os seres viventes. Amparou ao menino na sua inf�ncia e protegeu-o na sua juventude com carinhosos ensinamentos religiosos.
Os tr�s reis magos, s�bios da antig�idade, tamb�m vieram adorar ao menino, trazendo-lhe presentes tais como ouro, incenso e mirra (resina de con�feras). Representavam eles todos os povos da Terra. Eram eles Baltazar, Belchior e Gaspar.

Crian�as, toda vez que voc�s contemplarem as estrelas do C�u, anunciando o Natal de Jesus, lembrem-se do Pastorzinho e deixem que,os ensinamentos do Cristo tornem voc�s obedientes, alegres e bondosos.
FIM