Sabes, às vezes o amor não dá certo. 

O amor desencontra-se dos sonhos. O amor parte e nós ficamos a olhar para o tempo, com a ilusão de que ele está parado e que tudo continua igual ao que sempre sonhamos. E então, é nas espirais dessa tempestade que a vida nos mostra qual é o caminho certo. É no momento em que pisamos os espinhos dessas rosas, que julgávamos que nos embelezavam o jardim, que sentimos o cheiro das pétalas que o destino espalhou para nos mostrar por onde é o caminho. 

Nem sempre o que sonhámos que é bom. Nem sempre o que sonhámos é o certo para a nossa vida. Muitas vezes precisamos do que é mau para podermos despertar. Precisamos deixar de viver embrulhados em sonhos para podermos descortinar a realidade que nos rodeia e a que fechámos os olhos durante muito tempo. 

A vida cansa-se de nos ver a sonhar e faz aparecer uma tempestade para nos inverter a vida, mostrando-nos que a realidade é o avesso do que sonhávamos e que esconde a verdade de tudo o que precisamos para poder continuar a sorrir.

Um amo-te pode nunca me ter feito estremecer, mas a vida obrigou-me a acordar e compreender que o errado quase sempre nos dá grandes lições de  vida. 

Eu queria continuar a sonhar para não deixar de acreditar que um dia me tinhas amado, mas quando abri os olhos vi que até flores já tinham outras cores. O mundo estava diferente, só eu é que não queria ver essa mudança.

@angela caboz

�Confissões de uma miúda gira�

Livro com prefácio de Laura Almeida Azevedo (autora do livro Apeteces-me)

ISBN 978-989-52-2000-7