Michelly Kinai
�quela que deita ao meu lado, se aconchega, num aperto me envolve num abra�o de socorro, e que num consumismo desenfreado pela vida me faz gastar mais do que eu tenho, mais do que eu posso com outros �algu�ns�. O mo�o ao ficar l�, do outro lado da linha, num aceno de adeus; velhos amigos, ombros em que pude me apoiar um dia, olhos que j� n�o vejo� e at� mesmo aquele sorvete de chocolate, daquela sorveteria ao lado de casa que j� n�o encontro mais, faliu. Ah! A saudade, que em momentos de distra��o me pega a m�o e anda comigo entrela�ando os dedos como se f�ssemos melhores amigas, que se viesse em tubos, poderia causar aos solit�rios e vazios a mais intensa sensa��o de viver e que seria para os contentes� terror, que faria com que evitassem sequer olhar sua embalagem, com medo de que um dia tivessem de fato prov�-la. Uma tablatura n�o terminada, um roteiro sem fim, o �ltimo copo da garrafa de vinho, um t�nis seco com meias molhadas, a �ltima porta de cinco delas que n�o pode ser aberta.
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