Kak� correu o s�rio risco de encerrar sua carreira por ter jogado com uma grave les�o na Copa do Mundo da �frica do Sul. A declara��o foi dada ontem por Kristel Dereyke, uma das pessoas que participaram da cirurgia do brasileiro. Em entrevista ao Estado, por telefone, de Antu�rpia, na B�lgica, a especialista confirmou que Kak� estar� 100%.
Segundo Dereyke, a carreira do brasileiro ficou por um fio. "Jogar com dores � algo muito arriscado. Mas, nesse caso, foi ainda pior, pois o jogador n�o sabia da gravidade da les�o. A dor ficou, ent�o, insuport�vel. Toda sua carreira esteve seriamente amea�ada. Nosso temor era de que a les�o tivesse chegado a um est�gio irrevers�vel. Por isso decidimos fazer a opera��o imediatamente", disse a assistente.
O m�dico que operou o jogador, Marc Martens, confirmou ao jornal espanhol Marca que o risco de Kak� encerrar a carreira por conta da les�o era real. A cl�nica, por�m, n�o comentou a atua��o dos m�dicos da sele��o brasileira que estiveram com o jogador por mais de um m�s.
Na quinta-feira, Kak� foi submetido a uma artroscopia para corrigir um problema na cartilagem do joelho esquerdo. O jogador, que saiu de muletas ontem, da B�lgica, admitiu estar triste, mas garantiu que trabalharia duro para voltar a jogar bem. O meia do Real Madrid contou que, depois da Copa, saiu de f�rias tamb�m sem saber da gravidade da les�o. "Achava que me recuperaria nas f�rias. Mas, depois dos exames, vimos que era grave", disse. Kak� explicou que "j� sentia dores antes da Copa, mas n�o sabia que era grave".
A recomenda��o dos m�dicos � para que o craque n�o caia na tenta��o de voltar aos gramados antes do tempo previsto. "Ser�o pelo menos tr�s ou quatro meses sem jogar", disse, confirmando que o jogador n�o est� autorizado nem a viajar ao Brasil nesse per�odo. Ontem, Kak� confessou que n�o tinha ideia de que o problema era t�o grave. A explica��o para o tempo de recupera��o � o fato de a regi�o operada - a cartilagem - n�o ser irrigada pelo sangue, o que dificulta a reabilita��o.
O jogador brasileiro recebeu autoriza��o para viajar ainda ontem e, em um jato privado, viajou da B�lgica para Madri no final da tarde. Mas a cl�nica do cirurgi�o Marc Martens, principal respons�vel pela opera��o, o proibiu de fazer viagens mais longas pelos pr�ximos meses.
Receio. Dereyke revelou que Kak� hesitou em ser operado, j� que sabia que perderia todo o primeiro semestre. "Foi dif�cil para Kak� tomar a decis�o de ser operado. Mas explicamos que a cirurgia era necess�ria. Sem ela, ele simplesmente n�o aguentaria a dor em algumas semanas e n�o conseguiria jogar", disse a especialista. "Vimos que ele sofreu durante a Copa", contou.
Dereyke apontou que jogadores como Maldini e Vieri tamb�m sofreram do mesmo problema. "O segredo, agora, � repouso absoluto. A tenta��o que ter� � de dizer que j� est� bem. Mas, mesmo sem dor, ter� de aguardar. A� n�o passar� nunca mais por uma segunda cirurgia e voltar� 100%", explicou a especialista.
Com 28 anos e tendo sido a terceira maior transfer�ncia da hist�ria do futebol - R$ 150 milh�es -, atr�s de Cristiano Ronaldo e Zinedine Zidane, o brasileiro ainda n�o justificou no Real o valor de sua negocia��o. Atuou em 25 partidas na Liga, com apenas oito gols.