A paulistana Caroline Celico, de 23 anos, � delicada, meiga, estudou viol�o, piano, canto, alem�o, franc�s, ingl�s, culin�ria, etiqueta, hotelaria e eventos. Desde que se casou com Kak�, jogador do Real Madrid, h� cinco anos, virou refer�ncia para muitas mulheres. "Hoje, preciso tomar muito cuidado at� com o que eu escrevo no Twitter", diz. "Em Madri, minha vida � mais normal. L�, sou desconhecida."
Em S�o Paulo a hist�ria � outra. A pedido do Real, o jogador veio � cidade para fazer uma bateria de exames. Caroline e o filho Luca, de 2 anos, vieram tamb�m. "Adoro paz, tranquilidade e sossego. Tenho saudade de S�o Paulo, mas em Madri fa�o compras no a�ougue e na quitanda de moletom." O casal passou a semana na capital quase escondido.
Eles foram ao show do Paul McCartney, no Morumbi, e ficaram em um camarote. Assistiram a Tropa de Elite 2 e os amigos e f�s s� souberam depois, quando Kak� twitou: "Ontem assistimos a Tropa 2. Sensacional!! E hoje ao vivo est� passando Tropa 3", postou Kak� na quinta-feira, referindo-se ao filme Tropa de Elite 2 e � guerra dos traficantes no Rio.
Estrelismo? N�o. Kak� � sucesso de p�blico e Caroline, mais assediada do que se possa imaginar. E ela fala e trata com simpatia todo mundo que chega perto. Na quarta-feira, foi ao desfile organizado por sua m�e, Rosangela Lyra, diretora da grife Dior no Brasil, que fazia quest�o de sua presen�a.
Estrategicamente, ela pulou o coquetel que antecedia o evento, realizado no terra�o do Hotel Unique, nos Jardins, zona sul. O sal�o estava lotado de mulheres da alta sociedade, acima dos 50 anos, que exibiam, numa esp�cie de disputa, as roupas e acess�rios da Dior que tiraram do arm�rio - al�m da �ltima aplica��o de botox que fizeram no rosto.
Caroline apareceu apenas no momento em que as modelos estavam prontas para pisar na passarela. Usava um vestido de seda floral em tons de creme e uma carteira coral, tudo da Dior. Foi imediatamente rodeada por jornalistas e f�s. "Ah, isso � roupa de produ��o. Minha m�e que escolheu. Na verdade, costumo vestir roupas bem confort�veis." Ela n�o liga para grife, n�o quer saber de moda.
"Durante muitos anos, fui a filha da Rosangela e depois a mulher do Kak�. Hoje estou mostrando quem � Caroline Celico", desabafa. "Por isso, uso o sobrenome do meu pai."
Conselheira. H� pelo menos um ano, Caroline virou pastora. Ela recebe por dia mais de 50 e-mails, de internautas de todas as idades, desiludidos e at� deprimidos, pedindo conselhos de como poderiam viver melhor. E ela responde a cada uma de suas "ovelhas".
H� cinco anos, Caroline e Kak� se casaram na Igreja Apost�lica Renascer em Cristo, no Cambuci, regi�o central de S�o Paulo. Ela chegou a ser batizada por um pastor. Dois anos depois, seus fundadores, os bispos Estevam e S�nia Hernandez, foram condenados pelos crimes de conspira��o e contrabando de dinheiro a 5 meses de pris�o domiciliar, mais 2 anos de liberdade condicional e multa de US$ 30 mil para cada um. O casal foi detido ao entrar nos Estados Unidos com US$ 56,4 mil n�o declarados escondidos em uma bolsa.
"N�o tenho nenhuma religi�o. Sou uma pastora crist�. As pessoas se decepcionam com os homens, n�o com Deus", explica. Hoje seu p�lpito � a internet. Ela tem ainda um blog, digamos, com textos reflexivos sobre Deus, com um link para baixar suas m�sicas. Em junho, houve o pr�-lan�amento de seu CD para 500 convidados. E, como n�o tinha o intuito de ser um trabalho comercial, segundo ela, as m�sicas foram para a internet. No ano que vem, o CD vira DVD.
"Tem gente que acha que ela � metida, mas isso porque n�o a conhecem direito", defende a amiga de inf�ncia Rachel Belfort, de 22 anos. As duas se conheceram quando Caroline, aos 12 anos, mudou do Col�gio Santo Am�rico para o brit�nico Saint Paul. Polida e quieta entre estranhos, quando se solta n�o para de falar. "N�o d� para agradar a todo mundo", diz Rachel.
Bem que Caroline tenta agradar. "Desde pequena tem esse jeito m�ezona. Sempre cuidou das amigas. Quando uma delas brigava com o namorado, era para ela que ligava. Se fazia um bolo, chamava todas para comer."
Quando se mudou para a It�lia, �poca em que Kak� foi jogar no Milan, ficou com medo de virar uma dona de casa deprimida e solit�ria. "Ent�o comecei a trabalhar como uma louca. Abri uma empresa de eventos. E acompanhava o processo nos m�nimos detalhes. Do projeto � produ��o. Achava que se delegasse o trabalho e se n�o estivesse por perto, algo poderia sair errado. Ficava exausta." Caroline chegou a organizar um casamento italiano de cinco dias.
Depois do nascimento de Luca, a vida religiosa tomou mais espa�o. "Minha m�e me batizou na Igreja Cat�lica. Mas vim de uma fam�lia m�stica em que fal�vamos e faz�amos um pouco de tudo, do espiritismo � medita��o... N�o batizei o Luca. Quero que tenha a liberdade de escolha." Ela d� uma pausa e completa: "Falei bastante. O Bu (Kak�) vai agradecer por isso. Vou falar menos em casa." E d� uma risadinha. O seu iPhone toca. � o Kak�. "Acho que est� na hora de ir."
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