Na hora em que a cidade silencia
Uma alma mergulha em doces devaneios
Procura incessante o que talvez n�o exista
Mas sente com demasiada for�a
A certeza de que � concreto
Vaga pelo espa�o errado
O tempo � irreal
Pesadelo das outras almas
� dif�cil entender
Porque tamanha raridade
Foi entregue a um corpo
Num mundo de sonhos vazios
Onde a ess�ncia
N�o � ensinada
E muito recriminada
Tem asas t�o grandes
Voa bem alto para se alimentar
Do brilho dos corpos celestes
Enquanto a mat�ria
Presa no quarto solit�rio
Perde a cada dia seu complemento
Quem se esfor�a em ouvir os mais puros sentimentos
Percebe o sofrimento e agonia
De n�o ter o que deseja
Aquela alma fugidia
Que encontrou o que queria
E depois perdeu.