Nostalgia
Oh! Que saudades que eu tenho
Do tempo quando eu era pequeno
Que os anos n�o voltam jamais!
Minha casa eivada de animais,
Do meu pai a cavalo, ainda mo�o,
Da voz materna anunciando o almo�o!
Oh, quantas saudades eu sinto
Dos lagos prateados e dos rios,
Das tardes embaixo da gameleira!...
Dos amigos reunidos numa fogueira
Bebendo vinho e contando mentiras
Enquanto assavam as batatas nas cinzas!
Depois fui crescendo e fiquei crescido.
O amor chegou em minha vida feito flor
Num dia distante, formoso e cristalino.
Oh! Eu era apenas mais um que curtia Raul,
Que trazia cabelos espessos e crescidos,
Sem saber portugu�s e porque o c�u � azul!
Lembro dos olhos meigos e estranhos
A me olhar com olhos enjabuticabados;
N�o sabia distinguir se eram de diabos
Ou simplesmente como se olham os anjos!
Lembro...
Dos dedos dela nos meus entrela�ados,
Do umedecer dos olhos se entreolhando
Num jogo novo, bonito e m�gico!
Do beijo dado num momento fant�stico,
Dos corcovos dos cora��es acelerados
Em pulsa��es pueris e n�o esperadas!
Do vento refrigerante movendo a relva
Trazendo ess�ncias odorosas da selva,
Eu vendo o balou�ar das rosas e dos l�rios!
O corpo amado, nu, salgado e em del�rio
Pedindo com a voz rouca mais e mais e mais;
A esgrima das l�nguas em orgias orientais!
Os sussurros e gemidos se confundindo
Com o murmurar das fontes cristalinas;
O olhar, sexualmente falando, de felina!
E o vento a balou�ar os l�rios e margaridas
Fazendo alvoro�o nos corpos na relva deitados
Refrigerando e tornando o momento sagrado.
Oh!Que saudades que eu tenho
Do tempo quando eu era pequeno
Que os anos n�o voltam jamais!
Poeta: Gyl Ferries.
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