Rama das minhas �rvores altas, deixa ir a flor! que o tempo, ao desprend�-la, roda-a no molde de noites e de albas onde gira e suspira cada estrela.
Deixa ir a flor! deixa-a ser asa, espa�o, ritmo, desenho, m�sica absoluta, dando e recuperando o corpo esparso que, indo e vindo, se observa, e ordena, e escuta.
Falo-te, por saber o que � perder-se. Conhe�o o cora��o da primavera. e o dom secreto do seu sangue verde, que num breve perfume existe e espera.
Verti para infinitos desamparos tudo que tive no meu pensamento. Era a flor dos instantes amargos. Por onde anda? No abismo. Dada ao vento...
Cecilia Meireles
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