A Igreja de Cristo, por ser uma organiza��o de pessoas, constitu�da de volunt�rios, exige de seus membros obriga��es e v�nculos, usando da liberdade de todos e cada um. Ela deseja clareza e convic��o dos mesmos, ao aceitar e, disso n�o se pode prescindir, que o Filho de Deus, antes de subir ao Pai, falou com veem�ncia sobre o sacramento da Eucaristia, com a seguinte afirma��o: �Eu sou o p�o vivo que desceu do c�u; se algu�m come deste p�o, viver� eternamente... (cf. Jo 6, 51-71).
Temos consci�ncia que sempre e por toda parte a refei��o foi s�mbolo de uni�o. Para n�s, crist�os, a refei��o salutar por excel�ncia � a Eucaristia, com car�ter de sacrif�cio e de a��o de gra�as, como repeti��o do sacrif�cio de Cristo, no mist�rio pascal. No comer e beber da carne e do sangue de Cristo, j� experimentamos, pela nossa f�, a eternidade, unidos na rec�proca perman�ncia, conforme as palavras do Mestre, que nos leva n�o s� a compreender seu gesto maior, ao lavar os p�s dos disc�pulos. Cabe a n�s a tarefa e o desafio de procurar fazer o que ele fez, no servi�o do pr�ximo.
S�o Jer�nimo, num coment�rio sobre o Salmo 102, dizia: �Sou como um pelicano do deserto, aquele p�ssaro bom que fustiga o peito e alimenta com o pr�prio sangue os seus filhos�. Ele � o s�mbolo do sacrif�cio e da doa��o de si mesmo. E a Eucaristia � Jesus Cristo mesmo, como p�o da vida, do c�u e da paz, porque nEle est� a reden��o da humanidade.
A principal caracter�stica do pelicano � carregar consigo uma bolsa membranosa, prendendo nela o bico, sendo duas ou tr�s vezes maior que seu est�mago, com a finalidade de armazenar alimento por um determinado per�odo de tempo. Assim, como a maioria das aves aqu�ticas, possui os dedos unidos por membranas. Eles s�o encontrados em todos os continentes, com exce��o da Ant�rtida; medindo at� tr�s metros de uma asa a outra e pesando at� 13 quilos. Os machos s�o normalmente maiores e possuem bicos mais longos que as f�meas e alimentam-se de peixes.
Na Europa medieval eram considerados animais especialmente zelosos e, alimentavam os filhotes com o alimento tirado da sua pr�pria bolsa e, se chegasse a faltar alimento, eles, num modo de proceder, alimentavam os seus filhos, com o pr�prio sangue, gesto este, que por analogia, nos faz pensar no pr�prio Filho de Deus.
Da� o pelicano nos representar, n�s que abra�amos a f�, nessa profunda simbologia da Paix�o de Cristo, da Eucaristia e da autoimola��o � do Cordeiro Pascal. Esse tipo de ave costumava a sofrer de uma doen�a que o deixava com uma marca vermelha no peito. Outra vers�o � que esse tipo animal tinha o h�bito de matar os seus filhotes, depois disso, ressuscit�-los com seu sangue, o que seria an�logo ao sofrimento de Jesus, ao memorial de sua morte e Ressurrei��o.
Jesus Cristo � o p�ssaro bom e, imprescind�vel, para que a nossa Igreja seja verdadeiramente pascal. � por isso que suplicamos: Oh p�ssaro bom! Oh pelicano bom, Senhor Jesus! Temos consci�ncia de que a Eucaristia � renova��o da alian�a do Senhor com a humanidade e que atrav�s dela se realiza de um modo cont�nuo a obra da Reden��o. Temos convic��o de que a Eucaristia � o sinal da unidade e do v�nculo da caridade que por meio dela tende toda a��o da Igreja e, ao mesmo tempo, � a fonte donde emana toda sua for�a (cf. SC. 522, 537, 537 e 600).
Que o p�ssaro bom nos ensine amar mais a Eucaristia, Sacramento no qual Jesus se acha presente, com seu corpo, sangue, alma e divindade. Ele � banquete sagrado, �o pelicano bom a nos inundar com vosso sangue, pelo qual de uma s� gota quis salvar o mundo inteiro� (S. Tom�s de Aquino).
Que a nossa f� na Eucaristia, possa n�o s� nos empolgar e nos fascinar em determinados momentos da vida, mas que nos produza um forte desejo de aprender sempre e cada vez mais, na certeza de vivermos animados na esperan�a, como bons pelicanos, na ren�ncia, na doa��o e na generosidade, como t�o bem afirmava Dom Helder: �Que eu aprenda afinal, ao menos na quinzena sagrada, a cobrir de v�us o acidental e ef�mero, deixando em primeiro plano, apenas, apenas, apenas o mist�rio da reden��o�.
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