"Amar � sofrer?
 
 Quem disse que �amar � sofrer� jamais amou.
O beijo do ar da madrugada desperta a vida que dorme.
O sorriso da lua engrinaldada de estrelas diminui as sombras.
A car�cia do sol vitaliza todas as coisas.
E a chuva que lava a terra, e reverdece o ch�o, e aben�oa o mundo, correndo no rio, esvoa�ando na nuvem esgar�ada, s�o as tuas express�es de amor, construtor real, demonstrando o teu poder, a tua grandeza e a minha pequenez.
Quem ama, sempre doa, e n�o sofre, porque ama.
Quem diz que amar � sofrer ainda est� esperando pelo amor e jamais amou.
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As palavras do poeta Tagore s�o fortes. Desafiam todos os autores que at� hoje cantaram, emocionados, as dores do amor.
E foram tantos... E ainda s�o.
O amor do mundo sempre esteve vinculado � dor, pois sempre foi um amor apego, um amor posse, um amor desespero.
Agia-se no �mpeto por amor, e l� vinha a dor. Esperava-se indefinidamente por amor, e l� se iam anos de sofrer silencioso.
Nossa arte revela isso de forma magistral: o ser humano tentando sobreviver amando dessa forma.
Chegamos ao ponto de nos autoflagelarmos por ele, ou ainda, de acabar com nossa pr�pria vida, por n�o suportar tal vil pesar. E o pior, achamos isso belo, rom�ntico...
Imaturos fomos, assim como o que chamamos de amor ao longo das eras tamb�m o foi.
Inventamos um tal deamor � primeira vista, para justificar paix�es retumbantes, apenas desejos ardentes muitas vezes...
Alguns ainda, aprenderam a chamar o ato da uni�o sexual em si, de fazer amor, como se em toda coabita��o ele estivesse obrigatoriamente presente � quem dera...
Entendemos pouco de amor.
E n�o foi por falta de bons exemplos.
Recebemos na Terra o Esp�rito que irradiava amor, e que proclamou esta palavra aos quatro ventos, de uma forma inesquec�vel.
O amor do qual Jesus falava era esse amor doa��o, o amor �gape.
Pode haver sofrimento em nosso cora��o ainda por algum tempo, mas n�o por amar, e sim, apenas por n�o sabermos amar de forma devida.
S�o nossos v�cios que trazem as dores. O amor s� traz alegria e paz, pois � respons�vel pela consci�ncia pacificada.
A car�cia do sol vitaliza todas as coisas e o amor verdadeiro � este sol, que sempre vitaliza e nunca enfraquece.
Nas piores noites o sorriso da lua engrinaldada de estrelas diminui as sombras. � novamente o amor, consolando, dando esperan�a, e jamais provocando mais escurid�o.
� tempo de conhecer melhor o amor, agora que podemos ser mais maduros, que entendemos que n�o possu�mos as coisas nem as pessoas; agora que entendemos que n�o estamos aqui para ter, mas para ser.
Ainda estamos esperando pelo amor, � certo, por�m, cada movimento que fazemos em dire��o ao outro, deixando de lado o v�cio do ego�smo e do orgulho, � um passo que damos at� ele.
E talvez logo descubramos que n�o fomos n�s que esperamos pelo amor durante todo esse tempo, mas ele que sempre esperou por n�s...
 

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