"D�-me a tua m�o...
D�-me a tua m�o:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o n�mero um e o n�mero dois,
de como vi a linha de mist�rio e fogo,
e que � linha sub-rept�cia.
Entre duas notas de m�sica existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois gr�os de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espa�o,
existe um sentir que � entre o sentir
- nos interst�cios da mat�ria primordial
est� a linha de mist�rio e fogo
que � a respira��o do mundo,
e a respira��o cont�nua do mundo
� aquilo que ouvimos
e chamamos de sil�ncio.
_Clarice Lispector_
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