DIVAGA��ES DE UM CERTO BEB�, AINDA, NA BARRIGUINHA DA MAM�E





Estou muito feliz com esta chance que Deus me deu de reparar todos os erros da minha vida anterior.

Vou reencarnar

Eu j� possuo um c�rebro. C�rebro governante, respons�vel e coordenador de todos os nossos sentimentos. O pai de nossas aspira��es. O guia de nossas vontades, boas ou m�s.

� gra�as a ele , que estou t�o feliz, pois � ele que me faz ter no��o de que estou tendo esta nova oportunidade de saber viver para, mais tarde ser feliz com Deus.

E a Deus eu pe�o que meu pai e minha m�e saibam me educar e me orientar pelo caminho do bem e do amor, �nica maneira de chegar at� Ele.

Como ser�o os meus pais?

N�o me importa que sejam pobres ou ricos, se a �nica riqueza importante � saber-se digno da felicidade eterna.

N�o me importa, tampouco, que sejam brancos pretos, amarelos... Eu, por ter levado uma vida t�o in�til, anteriormente, n�o mereci a oportunidade de ver Deus. Logo, n�o sei qual a sua cor. Ali�s, estou voltando a uma vida onde ningu�m sabe a cor de Deus, ent�o por que o preconceito de cor?

Nada disso e muitas outras coisas n�o importam. O importante, mesmo, � que eu os amo bastante, independendo do que s�o ou como s�o.

Eu fico t�o contente quando ou�o eles conversando! Falam muito sobre mim. Ali�s ele s n�o tem outro asssunto. Que ador�veis pais �corujas!� Eles esperam, ansiosos, a minha chegada.

Ah! Como o tempo demora a passar! Esta ansiedade � t�o grande. Meu Deus, fa�a com que eu durma aqui, dentro da barriguinha da minha m�ezinha e s� acorde na hora de nascer.

Quando eu nascer vou esquecer de tudo. N�o saberei mais o que eu fui na outra vida. Perderei todos os conhecimentos, l�, adquiridos. Terei que aprender, outra vez, a andar, a cantar, a comer, a falar. Em fim, vou come�ar tudo de novo.

Eu quero que os meus pais saibam me ensinar como eu devo fazer para ser uma pessoa de bem e seguidor de todas suas leis, Meu Deus, Todo Poderoso. Eu tenho certeza que eles n�o falhar�o, pois s�o boas pessoas e j� me querem muito bem. Eles est�o doidinhos para que chegue logo o dia em que ganharei a luz.

Eu quero nascer. Eu quero viver, outra vez. Preciso conhecer minha m�e.

M�e, eu te adoro! N�o vejo a hora de te sentir, ao me ver chorando, me pegando e dizendo palavras de carinho, conseguindo fazer com que eu pare de chorar.
M�e, eu te adoro! N�o vejo a hora de sentir o teu colinho gostoso, me balan�ando, ao som de sua voz, cantando para me fazer dormir.

Eu quero nascer! Eu quero viver, outra vez , para conhecer o meu pai.

Pai, eu te adoro! N�o vejo a hora de sentir-me carregado nos teus bra�os, ouvindo a tua voz, com orgulho, dizendo, enquanto sou mostrado aos teus amigos, que eu sou o teu filho, que eu pare�o contigo e todas as outras coisas, que um pai coruja sempre diz.

N�o vejo a hora de brincar contigo. Jogar bola ou pique esconde e outras brincadeiras que o pai coruja sempre faz para agradar o seu filho.

Meus pais me adoram. S�o loucos por mim. J� prepararam at� uma surpresa. Acho que � um brinquedo. Eu ouvi o meu pai falar pra minha m�e que j� conseguiu o dinheiro para compr�-lo. Deve ser coisa muito cara. N�o importa que o tal presente seja caro ou barato. Seja o que for, independente do seu valor, eu ficarei muito contente ao receb�-lo, n�o pelo que �, mas pelo que ele representa:
Uma grande prova de amor.

Engra�ado! Eu sabia o que � esse presente, na minha vida anterior. O nome na me � estranho, mas tanta coisa � esquecida, quando a gente chega ao momento em que eu cheguei.

Deixa, Deus, que eu fique curioso. Ser� maior e mais feliz a surpresa quando eu receber o tal presente que, com tanto carinho me ser� oferecido.

Depois que eu nascer eu saberei o que � esse tal de aborto.

M�e, eu quero nascer. Eu te amo!
Pai eu quero nascer. Eu te amo!


[ Ademir Gar�on ]