Em um espa�o infindo. Numa amplid�o sem fim. Existe um intermin�vel n�mero de pontinhos, que nada mais s�o que poeira no espa�o c�smico. Escolho uma pontinho dessa poeira e olho dentro dele. � uma pequena bola de terra e �gua , cercada por ar. Esse ar � a atmosfera.
Nessa min�scula bolinha existem bilh�es de super - microsc�picos seres, os chamados racionais, habitando este pequeno espa�o c�smico que, para eles, � enorme,

Eles t�m diferentes modos de vida: Uns s�o pobres, vivem na mis�ria ou quase nela. Outros vivem na opul�ncia, s�o os chamados ricos, que desprezam os pobres, tornando-os cada vez mais pobres e tornando-se, por sua vez, cada vez mais ricos.

S�o de cores ou ra�as diferentes, o que faz com que se discriminem e se maltratem e, muitas vezes, at� se matando, tentando impor a suposta superioridade de sua ra�a.
Os chamados racionais t�m, tamb�m, diferentes ideais pol�ticos, religiosos ou sociais, o que os leva a se odiarem ou at� se matarem na disputa pela supremacia de seus credos ou convic��es.

Muitos desses super - micro racionais s�o dominados pelas tenta��es e pelos v�cios. E outros s�o ego�stas, pois s� pensam em seu pr�prio bem estar, ignorando os que sofrem, negando-lhes apoio moral ou material quando eles precisam. S�o seres med�ocres que ocupam um espa�o que, embora seja grande, n�o � maior que a sua pr�pria mediocridade. E t�o pequenos se tornam com a inconsequ�ncia de suas atitudes

Habitando, tamb�m, esta �nfima, �part�cula de poeira c�smica,� eu vejo mais dois tipos de seres vivos: S�o os animais irracionais e os vegetais.
Os primeiros s�o submetidos a toda esp�cie de tortura pelos chamados humanos ou racionais. Alguns s�o ca�ados e arrancados de suas origens para serem, humilhantemente, expostos em jaulas ou gaiolas ou para servirem de alimento aos racionais carn�voros.
Existem, ainda, os que servem de transporte, carregando em seu dorso o cruel senhor ou puxando cargas, movidos pela dor, causada pelo atroz chicote do seu tirano dono.

Os vegetais, embora inanimados, s�o os maiores respons�veis pela exist�ncia de vida neste porco e ingrato mundo. E, mesmo assim, s�o dizimados, inconsequentemente, pela ambi��o dos �racionais,� atrav�s da polui��o e do desmatamento.

Como decepcionam os seres humanos a mim, que os criei e os coloquei nesta pequena bolinha do Universo. Me entriste�o ao saber que a minha obra prima est� destruindo o lar que, com tanto amor, lhe dei.

Se os homens olhassem mais para dentro de si, procurando a causa e o motivo de sua exist�ncia, me encontrariam e saberiam o quanto s�o pequenos.


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