POR QUE S� COISAS TRISTES?







Por que, Meu Pai eu n�o consigo escrever sobre as mais belas coisas da vida?

Queria escrever sobre o sorriso doce e puro de uma crian�a. Mas, quando em crian�a eu penso, s� vem �minhamente o triste sorriso da crian�a de rua �rf� e faminta, sem pai e sem m�e.

Queria escrever sobre a ternura de uma m�e, embalando o seu filho. Mas, quando em mulher �m�e eu penso, s� lembro daquela m�e que, por n�o ter recursos, teve que dar o seu filho e, em minha mente e, vem o sorriso que lhe d� saudade que do filho vem.

Queria escrever sobre o homem que se sente feliz com sua fam�lia querida. Mas, quando em chefe de fam�lia eu penso, vem em minha mente o desespero que sente o desempregado, que vendo os os seus entes queridos passando necessidades, se sente o culpado por n�o conseguir recursos pra lhes sustentar.

Queria escrever sobre o velhinho cheio de hist�rias pra contar e, tamb�m, tantas coisas para ensinar aos seus netinhos. Mas, quando nesse vovozinho eu penso, lembro daquele velhinho que est� no asilo, esperando a visita do seus netinhos para lhes contar as suas hist�rias e lhes passar os seus ensinamentos e seus netinhos nunca v�m. E, at� os seus filhos que, ali, o jogaram n�o aparecem. Esqueceram dele , n�o lhe querem bem.
E, se todos os outros que, ali, est�o, tem as mesmas hist�rias pra contar e sabem tudo da vida, que ele sabe, contar pra quem ? Ensinar a quem?

Queria escrever sobre a Natureza e seus encantos. Mas, quando em Natureza eu penso, vem em minha mente, a flor que � arrancada de sua planta-m�e para murchar, na casa de uma "mulher amada" ou num derradeiro adeus
de algu�m.

Queria escrever sobre a gra�a de uma mulher bonita. Mas, quando em mulher eu penso, s� consigo escrever, chorando, sobre algu�m, que eu amo tanto e n�o me quer bem.

[ ademir gar�on]